Dragon Quest VIII: Journey Of The Cursed King

 

Dragon Quest VIII: Journey Of The Cursed King é o oitavo jogo da série Dragon Quest e que foi desenvolvido pela Level-5, e distribuído pela Square Enix, deixando a marca da série como primeiro e único jogo para o Playstation 2.  No Brasil, como a série “Final Fantasy” já tinha uma certa popularidade e conquistou um grande público, sem falar na simplicidade do game, passou levemente transparente por algumas bandas, mas ainda assim conseguiu satisfazer os gamers e adquiriu grandes notas. Obviamente algo desse tipo não aconteceu no Japão, cujo país a série “Dragon Quest” lidera a popularidade.

O game teve certamente uma ótima equipe de produção, sendo supervisionado por Yuji Horii, criador da série, design de personagens e monstros por Akira Toriyama, criador e ilustrador do aclamado Dragon Ball, e trilha sonora composta por Koichi Sugiyama.

Novidades

 

Dragon Quest VIII foi meio que a transição oficial da série para a nova geração de consoles, pois pela primeira vez há um jogo completamente em 3D, com locais, paisagens e dungeons imensas e bonitas. Agora há a transição entre dia e noite durante o game, na qual ainda é possível ver tanto o amanhecer quanto o pôr-do-sol na paisagem, na qual o caminho noturno traz ao jogador monstros mais fortes e agressivos, sendo preferencial se optar por caminhar de manhã para os jogadores mais apressados digamos assim.

Outro detalhe que merece atenção como novo é algo que auxiliará e muito o jogador em sua jornada: O Alchemy Pot, uma opção do jogo em que é possível fazer uma mistura de itens para conseguir itens mais valiosos e úteis para o jogador, desde armas, escudos e armaduras, até acessórios e itens de cura, ainda mais itens de cura, que no jogo auxiliarão muito em batalhas, boss battles então nem se fala, tornando-se algo muito bom ao invés de depender de um ‘healer’ em alguns casos. Claro que as combinações variam, então se não usar a Internet e quiser saber as combinações o jeito é sair testando ou procurar as receitas espalhadas pelo jogo xD, escondidas em livros ou descobertas falando com NPC’s.

Outra novidade do game será a “Monster Arena”, uma side-quest do game em que você deverá procurar determinados monstros pela jornada para usá-los em uma espécie de torneio onde outros NPC’s usando outros monstros entrarão em batalha e que só os monstros lutam. A desvantagem dos monstros é que eles não evoluem como seus personagens e você não pode selecionar os ataques de seus monstros, então a chave pra vencer é realmente escolher os monstros mais poderosos, ou dependendo do monstro uma estratégia bem eficaz. Claro que como side-quest há recompensas, bem altas por sinal, mas é algo que você mesmo precisa presenciar xP

Enredo

Apesar de ser um RPG, que normalmente se destacam por suas histórias com tramas bem profundas, o enredo de Dragon Quest 8 no geral é bem simples, mas tem a diferença por ter uma história que se molda ao decorrer da jornada, mas que na íntegra pode-se considerar uma história intermediária, mas como ela é explicada e mostrada de maneira leve e aos poucos, sem dar tantos detalhes, o jogador capta a história sem qualquer complicação, mas vamos ao que interessa.

Numa era e em um tempo imaginário, um mago ganancioso e mesquinho chamado Dhoulmagus invade o Castelo Trodain para roubar um cetro mágico, na qual ele visa aumentar sua magia a níveis incríveis, e logo que o obtém, transforma o rei do castelo, King Trode, no que parece ser um “sapo”, e sua filha, a Princesa Medea, em uma égua branca. Assim que é dominado pelo seu tamanho poder, ele lança uma poderosa maldição sobre todo o castelo, que é coberto por um grande espinheiro e faz com que todos os súditos, soldados e animais que habitam o castelo se transformem em raízes de espinhos, deixando o lugar em ruínas.

O único que surpreendentemente, mesmo estando fora do círculo mágico, que continha o poder do cetro e assim não piorou o estado do rei e da princesa, é um dos guardas do local, protagonista do game. Junto do rei e da princesa amaldiçoados, o “heroi” que sobreviveu(vamos chamá-lo assim, pois o nome do protagonista é dado pelo jogador) embarca numa aventura em que ele encontrará aliados que o ajudem a caçar Dhoulmagus para dar a ele o que merece e assim, quebrar a maldição do castelo.

Gráficos

Os gráficos estão realmente lindos, os personagens foram feitos na tecnologia cel-shading para que os traços em desenho possam ser convertidos em 3D, e por ironia, essa tecnologia também foi utilizada em jogos da série Dragon Ball, e os toques de design de Akira Toriyama são notáveis em cada personagem durante um game. Será algo comum ao decorrer do jogo notar alguns “Trunks” ou alguns monstros lembrando personagens como Pual e Yamcha. Enfim, traços que não deixam de ser muito bons.

Os cenários possuem um visual HD, cada árvore possui um aglomerado de folhas simples, as montanhas também possuem, se vistas mais de perto, um design simples, além do céu que também possui as nuvens e fundo bem legais, mas todos esses elementos em conjunto foram paisagens durante o jogo que realmente são de se vislumbrar.

As cidades do jogo possuem visuais bem diversos, cada um com um “ar” e identidades diferentes, cada um com um design que reforça o destaque para algum detalhe em especial, desde as cidades pequenas até as grandes metrópoles do game: No caso de Peregrin Quay, o destaque fica às grandes torres da entrada para o novo continente, já na ilha de Neos, obviamente é o ar de “sacro” do local e a gigantesca estátua da figura santificada do game, algo reservado para a história.

As paisagens do game junto do toques a lá Dragon Ball dos personagens tornam uma ambientação simples mas que ainda torna algo bem agradável de se ver. Em alguns momentos breves, em que há uma leve queda, mas leve mesmo, queda de frames alguns polígonos quadriculados ficam a mostra, mas nada que tire a beleza das paisagens ou dos personagens.

Gameplay

A estrutura do gameplay é bem simples, nada além que não se tenha realmente visto. O mapa “overworld” é bem extenso e que é composto por trilhas de estrada de chão, na qual será a ligação entre vamos chamar de “pontos de evento”, podendo ser estes cidades ou dungeons. Apesar dessas trilhas, alguns pontos de evento ainda estão escondidos na floresta fora da trilha, na qual monstros mais fortes e o perigo de se perder aguarda o jogador, mas que será útil em alguns momentos para poder encontrar alguns baús com itens valiosos.

Existem bastantes NPC’s ao longo do jogo, e se o jogador quiser fechar todas as missões dele terá que recorrer às informações de boa parte deles para chegar à algum lugar.

O sistema de batalha também é bastante simples, na qual a primeira visão do jogador é um ‘close’ dos inimigos que vai se enfrentar, junto do nome e tipo informado na legenda. O ‘close’ da câmera dependerá da quantidade de inimigos: Caso haja poucos inimigos, o close será maior, caso haja muitos inimigos, o close será menor. A quantidade de HP do inimigo fica oculta para o jogador, sendo encarecido a ele uma estratégia que o conduza a vitória.

O menu de batalha a primeira vista do jogador se divide em 4 opções: Fight – o nome diz tudo; Flee – O jogador pode fugir da batalha, mas não há ‘00% de certeza que o mesmo conseguirá fugir;  Intimidate – Opção em que tenta-se assustar o inimigo, fazendo com que o mesmo fuja, algo que será útil só no começo do jogo, nada recomendado para oponentes mais fortes; Tactics – Escolhe-se a estratégia que se opta por jogar, que apesar de poder ser feito manualmente, é possível fazer um comando padrão e único para cada jogador, com exceção do heroi, que deve ser obrigatoriamente ser utilizado manualmente. Esta última é subdividida em seis opções: Show No Mercy – O personagem foca em apenas fazer o ataque básico; Fight Wisely – Opção que deixa o personagem balanceado, alternando entre defender, atacar, usar habilidades ou curar, uma opção mais viável pra quem não tem muita experiência no jogo é quer conhecer o ponto forte de cada aliado; Focus On Healing – Como já diz o nome, o personagem só usará habilidades de cura, seja ela através de feitiços ou itens;  Don’t Use Magic – Usa quaisquer ataques, cura ou habilidades mas que não gaste qualquer valor de magia; Get Psyched Up – O personagem só usará a opção “Psyche Up” ao máximo, na qual será falado em breve; e Follow Orders – Controlar o personagem manualmente.

Para quem prefere criar suas próprias estratégias o jeito é só escolher tudo manualmente e escolher a opção ‘Fight’ logo de cara. Quando se seleciona esta opção, há um menu de opções iguais aos da imagem. Na opção ‘Attack’ o personagem fará um ataque básico com a arma que a ele está equipada ou usará sua força física caso não tenha nenhum equipada. A opção ‘Abilities’ serve para usar um estilo de ataque específico para determinada arma que vc usa, já que a cada nível que o personagem evolui ele ganha os chamados ”Skill Points” para investir em cada habilidade do personagem, que irá liberar as “abilities” de cada um. O diferencial dessas habilidades é que algumas delas executam duas funções ao mesmo tempo, como é o caso da Miracle Slash do heroi e a Cherub Arrow de Angelo, em que ambos são ataques normais mas que recuperam HP e MP, respectivamente. A opção “Spells” será para lançar os feitiços de cada personagem, que poderão ser usados como ataque, aumentar ou diminuir algum atributo, ou mudança de status como veneno, paralisia ou sono, e são feitiços que são aprendidos através de nível ou por atributo em alguma habilidade.

A seção “Items” permitirá que vc use os itens da mochila, PORÉM cada personagem tem sua própria mochila, portanto só poderá usar o item que estiver equipado com determinado personagem. A opção “Defend” já diz por si só, em que o personagem ficará recuado e só receberá cerca de metade do dano normal. O destaque vai para a seção “Psyche Up”, que quando utilizada aumenta a tensão do personagem, que fará com que o próximo ataque dele seja mais forte, e se usado consecutivas vezes fará com que o personagem ganhe uma nova aparência, e use um ataque, dependendo do adversário, quase fatal.

Os menus do jogo são bem simples, nada que prejudique o jogador. No menu da mochila é possível escolher alguns feitiços que podem ser utilizados fora da batalha, como os de cura e os de teleporte, que no geral são os mais úteis do jogo.

Trilha Sonora

A composição das músicas deste game é algo memorável pela sua melodia e sempre seguir o clima de cada local que se está a seguir. Todas as músicas do game são orquestradas, só em alguns menus há um tipo de composição diferente, mas de resto praticamente todas são orquestradas. Ao decorrer do game normalmente há um som padrão para batalhas, os chefes, o mapa e as cidades, e como já foi dito, a composição é mais melódica e harmoniosa, com aquele ar de nobreza, dependendo da importância dela. Vale lembrar que sempre há as exceções quanta as melodias, e nota-se que houve um cuidado a mais com a OST do “Flight Mode” e a OST do chefe final.

Nenhuma das músicas, é, em si, enjoativa a ponto de deixar a televisão no mudo.

Conclusões Finais

Atualmente investir num RPG é complicado, pois um grande desafio que as empresas tem que encarar é fazer um RPG único, sem clichês e jogabilidade inovadora, mas por incrível que pareça, não foi o caso de Dragon Quest VIII, que mesmo utilizando-se da simplicidade do gameplay e da história, e ainda mais da história que, sinceramente, perde feio para grandes como Final Fantasy, conseguiu ser um jogo bem divertido.

Algo que dá muita vontade de explorar mais e mais é a respeito das dublagens dos personagens que, cada um, até mesmo NPC’s, tem seu estilo próprio, já que não há vozes repetidas e alguns possuem até mesmo sotaque, como é o caso de Yangus e Morrie.

Novamente citando que os traços a lá Dragon Ball do game dão meio que uma nostalgia ao ver certos traços dos personagens, como o Hero, que é algo como um Goku/Gohan híbrido, Angelo é um novo design de Trunks e Morrie tem o rosto do Mr. Satan xD mesmo com estes rostos e mais outros já conhecidos, é possível se notar uma grande personalidade em cada um dos personagens da história, e nunca se nota aquele sentimento de “personagem A é igual ao personagem B”.

Como já foi citado –  A história é demonstrada de história simples, mas ao pouco que se vai se jogando você começa a moldar ou imaginar o que está por vir, dando um certo gás nas “random battles” e na exploração de torres, cavernas ou dungeons.

Resumindo: Ainda que apostando na simplicidade, nada de realmente revolucionário no mundo dos RPGs, personagens carismáticos e trilha sonora incrível, Dragon Quest VIII: Journey Of The Cursed King é um título que merece ser jogado até o final e garantirá horas de diversão.

Ficha Técnica:

Título: Dragon Quest VIII: Journey Of The Cursed King
Plataforma: Playstation 2
Gênero: RPG
Desenvolvedor(a): Lever-5
Distribuidor(a): Square-Enix
Ano: 2004/2005/2006