[Análise] The Walking Dead- Segunda Parte da Quarta Temporada

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Já se passaram mais de um mês desde o final da quarta temporada, e só agora consegui terminar a análise, eu pensei em deixar ela para quando a quinta temporada estivesse perto de começar, mas achei melhor não.

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Enfim, The Walking Dead sempre foi uma série com altos e baixos em questão de qualidade, tirando a primeira temporada, caracterizada por ser mais curta, as seguintes tiveram problemas de ritmo. A segunda começou extremamente lenta, com um arco que se arrastou por metade dela sem nenhum desenvolvimento, a outra metade no entanto, foi mais rápida e intensa. A terceira começou em um ritmo acelerado com a introdução do Governador, mas a outra metade desandou arrastando a história da prisão e Woodbury demais. The Walking Dead sempre ficou entre dois extremos: um terror e ação sem profundidade e tentativas fracassadas na maior parte do tempo em criar drama. Outro problema eram os diálogos que na tentativa de criar discussões profundas acabavam sendo vazios ou redundantes. Inclusive, os melhores episódios e momentos que o programa consegue criar são os de silêncio, contando a história visualmente.

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Sobre a temporada em si, a primeira parte conseguiu manter um bom ritmo, teve seus deslizes mas foi consistente durante os oito episódios. A segunda parte é de fato um pouco controversa justamente por abandonar toda a estrutura normal da série e fazer algo novo. Os ataques de zumbis ainda estão ali, toda a questão de sobrevivência também, isso de fato não muda. Mas, dessa vez os personagens estão divididos em grupos que seguem sua própria história tentando chegar ao Terminus, um possível abrigo. Com essa divisão de grupos, os episódios geralmente se focam em um ou dois grupos conforme se desenvolvem, alguns personagens aprendem a conviver com o outro, e continuam a jornada até essa zona segura. O próprio Rick Grimes, protagonista da série aparece em apenas quatro episódios nessa segunda metade, e uma das suas participações acabou sendo mínima.

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Quando eu disse que The Walking Dead era melhor quando tentava usar uma linguagem visual, essa parte da temporada é a prova disso. Dessa vez teve poucas falas, zumbis geralmente ficavam no pano de fundo e grande parte da trama se desenvolvia por avisos que o Terminus existia. Durante todo episódio acontecem ocasionais ataques de zumbis, mas eles não são o foco. Inclusive nessa segunda parte, as discussões que tentavam ser profundas acabaram, sendo mais direto ao ponto.

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O novo showrunner, Scott M. Gimple conseguiu adaptar duas cenas que com certeza entrariam na lista de mais perturbadoras da HQ. Chega a ser uma pena que eles tenham pisado no freio quanto ao Governador na terceira temporadas. É algo para se considerar principalmente quando no passado The Walking Dead sempre pegou leve ao adaptar coisas mais pesadas da HQ.

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Os defeitos? Eles continuam ali, um dos maiores defeitos acaba sendo por conta da personagem Maggie. Ela perdida de seu marido, é capaz de tudo para achá-lo, o problema é que sua irmã também se perdeu. O resultado? Desses oito episódios em todos que ela aparece, em nenhum Maggie se lembra de achar a irmã. Fora isso, certas cenas que os roteiristas acharam que poderiam ser mais impactantes, acabaram não sendo. Como os flashbacks no último episódio, que a intenção era óbvia, mas no resultado final acabaram parecendo forçados. Já no ponto das atuações não se teve muita melhora, alguns atores conseguiram se destacar mais já que finalmente seus personagens começaram a ter mais profundidade e foco.

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O que resta? Bem, a temporada termina em aberto, e foram dadas várias dicas sutis da próxima. Quando eu disse que The Walking Dead é melhor quando tenta contar a história por meio visual, me referia também a isso. O terreno está preparado para a quinta temporada.

The Walking Dead finalmente conseguiu entregar uma temporada consistente, e para isso precisou mudar totalmente a fórmula na outra metade. Se alguém disser que o seriado não arrisca nesse ponto, está enganado, pois a segunda metade da quarta temporada fez isso. Talvez a melhor parte desses oito episódios seja que finalmente conseguiram fazer o elenco secundário ser mais do que carne para os zumbis. Os problemas de roteiro continuam em escala menor, The Walking Dead prova que está melhorando aos poucos em cada ano. Então, que venha a quinta temporada.