Mauro Castro é o novo dublador do Camus de Aquário no filme do CDZ

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Depois de muito mistério, finalmente temos a revelação do nome do dublador do Camus de Aquário: Mauro Castro  (Algethi de Hércules na Saga de Hades) é o substituto de Valter Santos, falecido no final de 2013. O anúncio foi feito pelo portal Omelete. CLIQUE AQUI  para conferir uma entrevista com ele!
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Uma entrevista com Mauro, fale-nos um pouco sobre o começo da sua carreira.

Minha carreira de ator começa na adolescência, quando fiz teatro em Santos, a cidade onde nasci. Depois, arrumei emprego em áreas mais burocráticas e fazia arte paralelamente. Na hora do bem bom, de viajar para atuar, não podia porque trabalhava. Decidi colocar a vida artistica em primeiro plano, vim para São Paulo e comecei a tentar dublagem, em 1999. Naquele mesmo ano, um colega indicou na CD Expert para o papel do Max Payne. Fiz o teste e passei. Dublei o videogame de um jeito curioso, porque eu só tinha o texto. Não tinha referência do original, tive que imaginar. Para o jeito que foi, sem ensaiar, sem escutar a voz original, sem ver a imagem,… Depois que vi o resultado e o carinho dos fãs, foi bom demais.

Já conhecia Cavaleiros do Zodíaco? Qual o envolvimento com a série?

Quando cheguei na dublagem, o Cavaleiros já tinha sido dublado, um pouco antes de eu entrar,. Todos os personagens fixos já tinham suas vozes, mas cheguei a fazer um papel pequeno, o Alghetti de Hércules, na Saga de Hades.
O que conhece do personagem Camus? Quais suas características favoritas dele e quais ajudaram a compor seu trabalho?
Eu não conhecia. Não leve a mal, porque, assim como nunca joguei Max Payne, não assisti Cavaleiros do Zodíaco na época que passava na televisão. Era uma época em que trabalhava muito e não conseguia ver os episódios. O maior envolvimento que tinha era por minha filha assistia e comentava. Na hora de dublar, o Hermes Baroli e a Zodja Pereira (diretores da dublagem do filme) me contaram que ele se envolve em uma luta de mestre contra discípulo. Na cultura oriental, tudo é uma honra, inclusive matar e morrer. A referência que deram era essa: ter a honra de ver que seu discípulo, Hyoga de Cisne, o superou. A cena tem essa dualidade. Ao mesmo tempo que o personagem que me mata está feliz de vencer, está triste porque o mestre morreu. Usei como referência esse jeito de pensar oriental, do respeito ao mestre. O judô, que pratiquei por muito tempo, também ensina isso. Quer você queira, quer não, um pouco de cultura oriental entra na sua veia. Isso de certa forma me ajudou a entender o personagem.

O Valter Santos, antigo dublador do Camus, era muito querido pelos fãs. Como é sucedê-lo?

É a mesma coisa de tirar o Pelé do time, o Neymar, o Messi, e colocar o reserva. O carinho que o pessoal tinha com o Valter é duro de substituir. Quando a Dubrasil me chamou para assumir o papel que era do Valter, me senti emocionado, porque era amigo dele. Ele me acolheu quando comecei a dublar, e isso é raro de acontecer. Ele me chamou no canto, do nada, e comentou: “foi você que dublou aquele filme tal? Parabéns, você não é só dublador, é um ator na dublagem”. E isso foi quando comecei, era um estímulo enorme. Nós eramos amigos, tinhamos uma afinidade muito grande. Ele gostava de jazz, blues, Chico Buarque, Tom Jobim, e sempre gostou do bom português. Assumir o papel dele é uma chance de homenageá-lo, porque antes de tudo ele é meu amigo, fez coisas bacanas na dublagem, na TV, no cinema… tenho a chance de dar continuidade a ao papel que ficou famoso com ele. Espero que tenha feito algo sem decepcionar ninguém, porque com carinho, com certeza dublei.

Quais diferenças os fãs vão notar entre o seu trabalho e o do Valter Santos?

Eles vão notar que que eu não tentei imitá-lo em nenhum momento. Até preferi não assistir a dublagem feita por ele, porque acho que seria um sacrilégio tentar imitá-lo, e fazer uma imitação malfeita. Acho que ele não merece isso. Minha forma de homenageá-lo foi com uma atuação verdadeira. Quando fiz a cena, me emocionei de verdade, assim como o Valter se emocionaria. Não tenho a pretensão de ser melhor, até porque ele é um ídolo. Tanto com ele quanto comigo, as pessoas vão ver uma cena de verdade. Cada ator tem sua marca, seu timbre, e nisso a minha voz é grave como a dele, mas a matiz é outra. As pessoas vão notar a diferença, mas podem ter certeza que é uma atuação tão verdadeira quanto a dele.

Como foi o processo de dublagem do filme?

Em geral, na dublagem, nós gravamos com apenas um diretor. E dessa vez a direção foi dupla, ficou a Zodja Pereira fora do estúdio e o Hermes Baroli dentro, junto ao dublador. Acho que fizeram assim com todos os personagens. Como eles tem um carinho muito grande por Cavaleiros, fizeram questão de gastar mais tempo e ter mais atenção. E com um diretor a mais é melhor, porque duas cabeças pensam mais do que uma. Havia coisas que, para serem aprovadas, precisavam passar pelo Hermes, pela Zodja e pela operadora técnica, que também é muito fã. Eram três pessoas dando palpite, e a cena só fechava quando estava bom para os três. É legal porque foi feito com bastante cuidado. Foi uma cena difícil de ser feita de cara, de primeira. Tudo foi feito com carinho, e nada às pressas. Foi um trabalho atípico. Isso não é comum em dublagem.

O que os fãs podem esperar do filme?

Por tudo que eu tenho sentido, acho que vem pra arrebentar. Na qualidade, com que foi feito no original, a arte, animação, fotografia… O cuidado com a dublagem foi perfeito, pois foi em uma casa onde as pessoas são especialistas. Nenhum estúdio conhece tão bem essa série quanto a Dubrasil, e ninguém teria tanto cuidado e respeito ao que já foi gravado. É muito comum uma série ser dublada numa casa e depois, quando vai pra outra, muda elementos e trai os fãs. Já vi isso acontecer. Mas nessa em particular, acho que esse não é o caso. A pronúncia, o nome dos golpes, as referências, tudo foi respeitado de acordo com o desenho. O público pode esperar a tradição de Cavaleiros com o frescor da tecnologia, pois, pelo que parece, os traços do filme são mais modernos.

Fontes: CavZodíaco / Omelete