[Análise]- We Happy Few

 

Quando We Happy Few foi mostrado pela primeira vez para o público confesso que eu fiquei curioso para ver como seria esse jogo, pensei que seria algo mais terror psicológico, um jogo mais lento, mas com uma boa história. E no final das contas não é o que nós vemos.

O jogo é muito lento, claro ele tem seus pontos de adrenalina e uma narrativa fluida, mas na maioria das vezes é lenta, sonolenta e cansativa. Isso se dá talvez pelo fato que o jogo não se concentra em um estilo só (mas já chegamos nisso)

A jogabilidade é a parte mais complicada do jogo, não por ser difícil, mas por não se entender. Vamos explicar. We Happy Few não sabe se é um jogo de ação, sobrevivência, terror, suspense ou de stealth. No final das contas os desenvolvedores juntaram todos esses estilos e fizeram uma grande gororoba de estilos. Em um determinando momento você é obrigado a jogar no stealth e logo em seguida você tem que partir para a porrada com o inimigo determinado.  O grande problema disso tudo é que o jogo em diversos momentos se perde e não sabe o que fazer. Talvez o estilo que We Happy Few pode se caracterizar é um RPG de mundo aberto com elemento de sobre vencia, já que esse é talvez a única coisa que realmente consegue ser única e dá certo dentro do jogo. E isso afeta a jogabilidade que é simples e rasa e nada elaborada. O maior problema de tudo isso são os diversos bugs do jogo principalmente na hora do combate que MUITAS vezes te prejudica e faz com que você passe raiva. Mas esse não é o único tipo de bug, em Wellington Wells (cidade fictícia onde o jogo se passa) temos em diversos momentos NPCS flutuando na cidade, ou simplesmente sentados em bancos invisíveis, claro que isso não prejudica o gameplay, mas no final rende ótimas risadas.

Um dos pontos positivos do jogo são seus gráficos que são extremamente bonitos, mesmo para um jogo indie, onde o orçamento é muito menor que os grandes jogos da indústria. Mesmo assim conseguimos ter um jogo visualmente bonito. Os gráficos são mais voltados para animação do que algo mais realista, mas não se engane o jogo é tão pesado quanto outros jogos com gráficos mais “realistas”. Um ponto negativo é que diversos momentos do jogo temos que lidar com bugs de renderização que geram um pequeno desconforto em que está jogando (pelo menos em mim gerou).

A trilha sonora é um dos, senão o ponto mais forte do jogo, lembrando muito Bioshcok Infinite. Caso queira escutar a trilha sonora confira ela logo abaixo:

A história em si é muito boa, mas ela acaba sendo muito mal explorada. Temos uma história de fundo boa, mas com uma narrativa pesada e chata o jogo se transforma em algo chato e muitas vezes ruim. A história se passa em uma cidade fictícia em uma Inglaterra despótica, onde tivemos a invasão e a vitória dos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. E para as pessoas ficarem felizes no meio de tanta destruição, mortes e doenças o governo cria uma pílula (parecido com o Adam da série Bioshock) chamada Joy que faz com que a pessoa veja tudo a sua volta feliz e não se importante com os problemas a sua volta, só que depois de bastante tempo com a sua população usando essa droga, ela começa parar de fazer efeito e as pessoas que ficam sem tomar o Joy acabam sendo chamados de “depre”. O jogo pega referencias de vários livros e filmes como Laranja Mecânica, 1984, entre outros. Mas o que faz o jogo perder a qualidade é a linearidade que a história é apresentada, as vezes temos momentos que a história é fluida e dinâmica, em outros temos que a história é chata e entediante, fazendo assim com que muitos parem de se importar ou prestar atenção na mesma. O maior problema é que não jogamos apenas com 1 personagem, mas sim com 3. Cada um deles conta sua história de uma forma diferente da outra, contando fatos iguais, mas com uma perspectiva totalmente diferente, e isso acaba fazendo com que a história de um pequeno nó na cabeça dos mais desatentos.

O enredo é bom, mas poderia ser melhor, nenhum desses 3 personagens tem sequer qualquer tipo carisma ou cria alguma simpatia com os jogadores, apresentando uma história rasa e com alguns furos que não deveriam estar lá.

O mais legal disso tudo é que o jogo está localizado para o português brasileiro, mas apenas os menus e as legendas (que vira e mexe param de funcionar, mas depois voltam). Isso acaba sendo um ótimo ponto positivo para o jogo.

Confira o trailer logo abaixo:

We Happy Few já está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC

O jogo foi cedido pela Nuuvem para análise. Caso queira comprar só clicar aqui