Army of the Dead: É o inicio de um novo universo zumbi – Crítica

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é o mais recente filme de apocalipse dirigido por Zack Snyder. O filme foi lançado no dia 14 de maio e dividiu opiniões, já que apresenta um estilo diferente de outros do mesmo gênero.

Este é o segundo filme de zumbi dirigido por Snyder, com o primeiro sendo Madrugada dos Mortos, que lançou em 2004. De lá pra cá, o diretor esteve focado em outras obras que fizeram sua popularidade subir bastante, fator esse que influenciou bastante na expectativa elevada que o filme tinha.

Enredo

No universo do filme, após um acidente envolvendo um comboio militar que estava transportando o paciente zero conhecido como Zeus, a cidade de Las Vegas é devastada pelo vírus zumbi. Como medida preventiva, o governo americano decide isolar a cidade construindo muros feitos de contêineres. Além da isolação, o governo conta os dias para que possa explodir a cidade inteira afim de erradicar os zumbis.

Army of the Dead conta a história de um grupo de pessoas lideradas por Scott Ward (Dave Bautista) que foram designadas a uma missão: entrar na cidade de Las Vegas e resgatar 200 milhões de dólares que estavam guardados em um cofre no subterrâneo de um casino.

Para quem gosta de videogames, explicar a experiência cinematográfica de assistir Army of the Dead é bem simples: é uma grande mistura entre os absurdos de Dead Rising e a cooperação intensa de Left 4 Dead, tudo misturado a uma temática de assalto.

Personagens

Army of the Dead
Divulgação / Netflix

Todos os personagens principais tem uma certa história por trás, mas o filme não dá tempo o suficiente para que cada personagem tenha uma profundidade muito boa. Cada um do grupo principal tem sua característica: temos um líder, o inteligente, o sanguinário, a estrategista… enfim, temos diversas categorias dentro do grupo.

A atuação é até que boa, foi exigida bastante interpretação de personagem e não há nada negativo em relação a esse ponto. Destaco principalmente a atuação do ator Richard Cetrone que interpretou Zeus. Mesmo sem nenhuma fala, ele conseguiu expressar seus sentimentos de raiva e emoção do zumbi muito bem.

Mortos-vivos

Com certeza eles têm que ser considerados os personagens principais desse filme, já que servem como base para toda a história e até mesmo possuem um arco narrativo dentre eles. O longa nos apresenta uma nova espécie de mortos-vivos que ainda não havia sido explorada com tanto enfoque, os “zumbis inteligentes” chamados de Alfas.

Essa raça de zumbis consegue se comunicar, criar relações, ter um líder e até mesmo acasalar (isso não ficou tão claro, mas sim, acontece). Esses zumbis mais inteligentes podem também usar armas brancas, vestir capacetes para não serem mortos e até se esquivarem de tiros.

Além disso tudo, também entendem de comunicação e sabem que os humanos não servem só para serem mortos ou transformados. Parece eles entendem que Las Vegas é o “reino” deles, e que, por meio de trocas, podem deixar os humanos passearem por lá.

Também descobrimos que existem sim os zumbis mais idiotas e mais lentos, ao estilo de The Walking Dead: os trôpegos. Eles não tem tanto tempo de tela, mas são mencionados diversas vezes. Ainda mais, também temos uma outra raça que não é tão citada, os zumbis que morrem quando tem contato com a luz solar mas que voltam à vida quando chove (isso também não ficou tão claro).

Por fim, além de zumbis humanos também temos animais zumbis. Um dos principais perigos do fime é o tigre zumbi chamado Valentine.

Zumbis Robôs

Zumbis robôs… Sim, temos zumbis robôs em Army of the Dead. Este ponto é um tanto quanto difícil de ser analisado já que eles não são mencionados em momento nenhum no filme e podem até passar despercebidos. Há diversas vezes em que zumbis com faróis azuis aparecem em cena, e quando são mortos, soltam faíscas ao invés de sangue.

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Pontos positivos

Podem ficar tranquilos que não trarei spoilers, mas posso garantir que Army of the Dead vai te prender durante toda sua duração.

Há muitos momentos de conversas que duram mais do que o necessário, mas são importantes para construir personagens e ligar alguns acontecimentos; há também momentos em que você vai ser contagiado pela trilha sonora e pelos diversos efeitos visuais em cenas de ações que nem vai perceber o tempo passar.

Mesmo não contendo uma explicação muito elaborada e que possivelmente irá render futuros lançamentos no mesmo universo, o filme se preocupa em mostrar detalhadamente como aquela infestação começou, algo que dificilmente vemos ganhar tanto tempo de aparição nos filmes.

Os efeitos visuais e a fotografia são excelentes, como já é de se esperar de uma produção do Zack Snyder. As imagens geradas por computador (CGI) são muito bem feitas e também parecem reais.

Pontos negativos

O filme apresenta diversas histórias paralelas, passando a impressão de que o diretor queria mostrar muita coisa em muito pouco tempo.

Temos momentos em que o foco é o cofre, outros momentos em que o foco é a população zumbi, momentos em que descobrimos um novo vilão e assim por diante. Poucos desses arcos abertos durante a narrativa foram fechados até o fim do filme, e os que foram fechados acabaram ficando com um sentimento de que faltava algo.

Talvez se a história fosse contada em formato de série, tudo ficaria mais claro. As 2 horas de duração não foram o suficientes para explorar tudo que o diretor queria e o filme acabou ficando com algumas pontas soltas que esperamos que sejam esclarecidas nas possíveis outras obras desse mais novo universo zumbi de Zack Snyder.

A premissa do longa nunca foi dar medo ou gerar o sentimento de suspense pra quem assistisse. Mas há momento sérios no filme que são quebrados por alguma piadinha um pouco fora de contexto ou alguma ação “engraçada” de algum personagem. Isso acaba atrapalhando um pouco porque fica aquele sentimento de “é pra levar a sério essa cena ou é tudo uma comédia?”

Outro ponto negativo que temos em Army of the Dead é a “munição infinita”. Isso é muito comum em filmes desse gênero, mas nesse filme chega a ser um pouco exagerado, até porque temos momentos de ação no qual vemos uma pessoa com uma pistola atirando mais de 20 vezes sem precisar de momento para carregar. O mais bizarro disso é que quando acaba esse momento de ação frenética e sobra um único inimigo mais forte, os personagens “se lembram” que precisam recarregar, fazendo com que toda a imersão da cena acabe.

Continuação

Ainda não há não há um Army of the Dead 2 confirmado, porém teremos duas novas produções no mesmo universo.

A primeira delas será um anime, que ainda não tem data para lançamento. Nele, iremos acompanhar os personagens antes da missão dada nesse filme. O anime servirá como uma base maior para sabermos mais sobre a vida de cada um deles e como eles reagirão ao inicio do vírus (todos eles moravam em Las Vegas antes dos zumbis chegarem).

E teremos também um prequel que provavelmente vai explicar a origem do vírus, os tais zumbis robôs e até uma possível participação alienígena que desencadeou todo esse caos. O filme será roteirizado por Shay Hatten, de John Wick 3.

Quando perguntado sobre um possível Army of the Dead 2, Zack Snyder disse que tem o desejo de fazer. Agora, cabe à Netflix encomendar ou não um novo filme. Isso depende muito da audiência que o primeiro irá gerar, já que o longa custou mais de 90 milhões de dólares para ser produzido.

Confira o trailer do filme:

“Depois de um surto zumbi em Las Vegas, um grupo de mercenários faz a aposta máxima: arriscar-se na zona de quarentena para o maior assalto já tentado por alguém.”

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas já está disponível exclusivamente na Netflix