O BIG Festival 2022 já acabou, mas o seu legado persistirá como uma importante alavanca para a indústria de jogos nacionais. Nessa edição, foi exposta uma seleção de 29 jogos na ala “Panorama Brasil”, participantes da Mostra Não-Competitiva de Jogos Brasileiros do festival.
Aqui, você poderá ler sobre alguns dos jogos que mais chamaram a atenção da nossa equipe, além de poder experimentar suas demonstrações na sua própria casa! Confira a lista completa dos jogos e estúdios abaixo:
- Ghetto Zombies, por Fogo Games
- Piracrash, por Mad Mozer
- Heaven Slinger, por “O Culto?”
- YokaiWare, por Razor Finger
- Astrea: Six-Sided Oracles, por Little Leo Games
- B.ready: A Breakfast Adventure, por Anothxr Game Studio
- Devil Inside Us: Roots of Evil, por Mr. Skull Game Studio
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Ghetto Zombies, por Fogo Games
- Equipe: Samuel Aragão (Idealizador, Level Designer e Artista de Cenários); Dany Lima (Produtora); Fabio Cacho (Diretor Criativo); Lucas Ponce (Artista Conceitual); Rodolfo Rodrigues (Programador)
- Gênero: Sobrevivência, Top-Down Shooter, Cooperativo (Campanha de 2 Players)
- Disponível em: Demo com mecânicas básicas no Itch.io, Página de Crowdfunding no Catarse
Ghetto Zombies, ou “GZ”, surgiu como uma ideia dos desenvolvedores Fábio e Samuel, buscando criar um jogo tematizado na periferia que pudesse ter apoio de um edital. A partir daí, sua identidade e escopo foi se expandindo ao longo do tempo, se tornando no primeiro “grande projeto sério” da equipe.
Resumindo a história, o cientista maluco Carne Seca, com uma personalidade “à la Dr. Eggman”, realizou experimentos regenerativos com um vírus zumbi que acabou vazando e infectando a cidade através da água, mas como o encanamento tinha quebrado no “dia Z” os moradores da Vila Fundinho não se infectaram, tornando o morrinho em uma área segura para sobreviventes.
Ao longo da campanha, jogadores poderão colher dinheiro dos zumbis, que vão desde empresários privilegiados a entregadores de aplicativo, para comprar novas armas, veículos (como patinetes, skate e bicicleta) e tintas especiais para pintar as paredes com graffittis colecionáveis, além de ajudar outros NPCs e crescer na sua jornada para confrontar o chefão.
Dany: “A visibilidade foi muito legal, recebemos muitos feedbacks e fizemos contatos enquanto trazemos mais visibilidade pra quebrada sem ter que forçar tanto no nosso discurso.”
Samuel: “(Vir ao BIG Festival) mudou minha visão, me tirou da bolha da ‘arte’ para trabalhar mais com a parte de negócios, descobrir novos caminhos e entender como arrecadar recursos pra investir nas nossas ideias.”
Arte oficial do Ghetto Zombies. (Foto: Divulgação/Fogo Games) Screenshot de gameplay do Ghetto Zombies. (Foto: Divulgação/Fogo Games) Personagens jogáveis do Ghetto Zombies. (Foto: Divulgação/Fogo Games) Arte conceitual da Vila Fundinho, cenário de Ghetto Zombies. (Foto: Divulgação/Fogo Games) (Foto: Divulgação/Fogo Games)
Piracrash, por Mad Mozer
- Desenvolvedor: Leonardo Ramos
- Gênero: Party Games com Minigames de Duelo (1v1) + Campanha Singleplayer
- Disponível em: Steam
O Piracrash começou como um humilde trabalho de tema livre para a faculdade de Design de Jogos do Leonardo, que aproveitou a oportunidade para explorar sua paixão de criar coisas que o desafiam. Foi em 2019 que surgiu, então, o seu primeiro jogo “sério”, evoluindo de forma despreocupada até ser publicado na Steam no seu aniversário, em 29 de abril de 2020.
Inspirado em jogos como Mario Party e Overcooked, o projeto conta com 5 modos de jogo, incluindo uma Campanha (com três chefões) e outros 4 modos Multiplayer, além de 30 variações de mapas. Agora, a missão é de explorar novas oportunidades e procurar uma publisher para lançar o título em consoles.
“Nunca publique um jogo sem criar um hype adequado. Você pode até fazer uma amostra divertida, mas não vai ter tanto crescimento. É isso que eu curti bastante de fazer no BIG Festival: conversar com mais gente, pegar novos contatos, falar com outros devs e realmente se abrir ao mercado. Ah, mas não se esqueçam de trazer suporte pra te ajudar nos eventos!”
(Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam)
Heaven Slinger, por O Culto?
- Equipe: Lucas Brito (Modelador 3D, Artista de Cenários, VFX e Ambientação); Izadora Schmal (Animação, Artista 2D e Design de Personagens); Eduardo Stelle (Modelador 3D, Artista de Cenários); Alanis Mariana (Produtora, Artista 2D e Animadora); Kelvin Akio (Programador, Engenheiro de Som e Game Designer); Taylor Harmatiuk (Designer de UI/UX)
- Gênero: FPS, Ação, Tiro em Arena
- Disponível em: Itch.io, possível lançamento na Steam em breve
O projeto sonhou com uma ideia bem simples, de acordo com o vocal líder do grupo, Kelvin: “E se fizéssemos uma espécie de Devil May Cry, mas como um jogo de tiro em primeira pessoa?”. Foi essa faísca que gerou o protótipo inicial, numa madrugada qualquer de outubro de 2021. Mas o projeto do grupo de amigos da Universidade Positivo (Positivo? Já vi esse nome…) só tomaria forma após Taylor (de cabelo azul) o presentear com uma cópia do explosivo sucesso Ultrakill.
Não se engane: o primeiro sucesso desse grupo de desenvolvedores, que operam sob um nome deveras criativo, já de cara introduz mecânicas que o diferenciam do frenético shooter da New Blood, incluindo um sistema de dashes, o uso da invisibilidade para emboscar inimigos e atravessar obstáculos, e um conjunto de armas com funções únicas – desde empurrar inimigos até projetar o jogador na direção contrária do disparo.
Heaven Slinger conta a história da Slingerless, uma pistoleira do “Quinto dos Infernos” que chacina por 7 andares na Torre dos Anjos, contando com movimentação e combate frenéticos. Por enquanto, o foco dessa equipe (que parece mais uma família) perdura na implementação de novas mecânicas e no polimento da interface e navegação nas arenas, além de integrar um novo sistema de combos e pontuações (scoreboard).
Lucas: “Quando fazemos um jogo na internet, esquecemos do mundo real e não fica claro que outras pessoas realmente estão jogando nossos projetos. Agora, me sinto parte de uma comunidade… com outros ‘vizinhos’ e estúdios, unidos nesse barco, por mais ‘furado’ e ‘estragado’ que ele esteja”.
Alanis: “Sempre quisemos ser uma empresa, mas sempre trabalhávamos só pensando em fazer o melhor trabalho possível. Só que eu não esperava ter tanto contato com tantos publishers e jogadores interessados…”.
Kelvin: “Aqui, aprendi muitas coisas técnicas sobre a indústria e perdi meu medo de participar em negociações. Agora, consigo conversar de igual para igual com quem quiser oferecer propostas, já que todos aqui tem o objetivo de atingir acordos.. só precisamos aprender a demonstrar o que temos.”
(Foto: Yan Heiji) (Foto: Yan Heiji) Screenshot de Heaven Slinger. (Foto: Divulgação/O Culto?) Screenshot de Heaven Slinger. (Foto: Divulgação/O Culto?) Screenshot de Heaven Slinger. (Foto: Divulgação/O Culto?)
YOKAIWARE, por RazorFinger
- Desenvolvedor: Pedro Lopes
- Gênero: Party Games, “MicroGames”
- Disponível em: Steam
O nome já entrega: YOKAIWARE foi um desafio divertido que Pedro quis fazer. Assim como no “Inktober”, decidiu fazer uma coletânea de 28 microgames em um só jogo, pegando inspiração no modelo dos jogos Wario Ware, a popular série de spin-offs da Nintendo.
Todos os microgames foram produzidos ao longo de outubro de 2021 (mais um tempo para polimento, claro), sendo que cada fase possui um conto ou lenda de um demônio do folclore japonês como temática. O trabalho foi ótimo tanto para portfólio quanto como uma espécie de “provação pessoal”, e o jogo ainda te presenteia com um glossário descrevendo os Onis ao zerar todas as fases.
“Às vezes, nós nos damos menos crédito do que realmente merecemos. (Eu ficava pensando) se nunca teríamos a oportunidade de realmente crescer no mercado e entrar em contato com empresas do exterior… mas aqui (no BIG Festival), nós temos essa chance de ser reconhecidos, fazer contatos e ter um feedback direto pros nossos jogos.”
(Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam)
Astrea: Six-Sided Oracles, por Little Leo Games
- Equipe: Bia Moreira (UI/UX e VFX); Leonardo Castanho (Lead Game Designer, Programador, Produtor e VFX); André Amorim (Animador, Game Designer); Doug Batista (Diretor de Arte)
- Gênero: Cartas, Deck-Building (Dice-Building? Ou seria Dice-Deck-Building?), Roguelike
- Disponível em: Steam (demo disponível; versão final TBA)
A ideia de Astrea surgiu em 2018, quando o desenvolvedor principal, Leonardo, decidiu experimentar com novos projetos fora da área da engenharia civil para mergulhar na indústria de games. O time foi crescendo e, em agosto de 2021, o estúdio de cinco desenvolvedores conseguiu fechar um contrato com a Akupara Games, dando vida ao Dice-Builder (trocamos as “cartas” por “dados”) inspirado no popular jogo de Deck-Building Roguelike, Slay the Spire.
No jogo, Astrea é uma deusa que criou um sistema estelar com seis planetas, cada um com seu Oráculo, até que tudo se desfez no dia do Cataclismo da Aurora Carmesim. Agora, descendentes dos Oráculos retornam às ruínas para descobrir o que aconteceu, reunindo as relíquias das Seis Faces para derrotar a divindade e desfazer a Praga da Corrupção que assola o universo.
A principal mecânica que se destaca é o sistema de HP e Dano, que foi trocado por habilidades de “Purificação” e “Corrupção”, podendo tanto curar quanto causar dano aos personagens, mas que também poderão desbloquear novas habilidades poderosas à medida que o jogador ficar mais “corrompido”, trabalhando com um interessante sistema de risco-recompensa nas decisões e interações dentro de combates.
“A parte mais positiva de participar desse evento foi viver esse senso de ‘comunidade’ entre os desenvolvedores. Pegar mais feedback diretamente dos jogadores, ver que as pessoas realmente gostaram do jogo, e fazer contatos com outras pessoas é incrível.”
Astrea: Six-Sided Oracles. (Foto: Divulgação/Little Leo Games) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam)
Devil Inside Us: Roots of Evil, por Mr. Skull Game Studio
- Equipe: Fernando Tittz (Programador); Ahldain Michael (Artista 3D)
- Gênero: Terror, Sobrevivência, Puzzle
- Disponível em: Steam; previsto para lançar no PlayStation, Xbox e Nintendo Switch através da publisher QUByte
Com uma ambientação incrível, Devil Inside Us é mais um jogo que chamou nossa atenção entre os estandes do Panorama Brasil. Segundo o Fernando, o projeto começou só como um “hobby”, mas eventualmente evoluiu para algo cada vez mais sério por conta de sua paixão com séries como Resident Evil, Outlast e os Layers of Fear, aléme de filmes como Invocação do Mal e O Exorcista.
Foi pensando na deficiência de jogos singleplayer que giram em torno da temática de exorcismo que ele se sentiu compelido a continuar o projeto. Atualmente, o jogo foi publicado na Steam, está para lançar nos consoles e até conta com a dublagem de Lauro Fabiano, o mesmo artista de Dumbledore (Harry Potter).
A experiência acompanha a vida de Aughust Heylel, um renomado padre do Vaticano que conta do seu caso em 1984, se vendo forçado a revisitar a casa com manifestações paranormais mais de 30 anos após “abandonar sua própria fé”.
“O evento foi muito importante para me mostrar como o Brasil, na verdade, tem um potencial gigantesco. É uma área bem promissora, mesmo que meio arriscada, mas o BIG Festival foi ótimo para expor nosso trabalho, ganhar credibilidade e criar novos contatos com estúdios e publishers”.
Devil Inside Us: Roots of Evil, por Mr. Skull Game Studio. (Foto: Divulgação) (Foto: Reprodução/Steam) (Foto: Reprodução/Steam)
B.ready: A Breakfast Adventure, por Anothxr Game Studio
- Equipe: Anderson Veríssimo (Game Designer); Fernanda Rigler (Artista); João Borges (Programador)
- Gênero: Casual, Arcade, Puzzle
- Previsão de lançamento: final de agosto para Android e iOS (gratuito)
Para encerrar, B.ready é um jogo mobile hipercasual que conta com 250 fases, de dificuldade progressiva, onde o jogador controla o Pãozito, um pão de forma que tenta recuperar o café da manhã sequestrado da cozinha.
O jogador poderá adquirir skins especiais para o Pãozito e a torradeira (que funciona como o estilingue de Angry Birds) através de moedas adquiridas in-game ou com microtransações.
O jogo começou como um projeto da equipe de estudantes da Anhembi, que se reuniram para fazer um experimento de portfólio e se destacaram no BIG Festival com um adorável estande decorado com a vibe de um piquenique. Até mesmo o café oferecido era real (e os pães da torradeira também eram)!
(Foto: Divulgação/Anothxr Game Studio) (Foto: Divulgação/Anothxr Game Studio) (Foto: Divulgação/Anothxr Game Studio) O estande de B.ready no BIG Festival 2022 tinha café de verdade! (Foto: Yan Heiji)
