Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário – Entrevista com Hermes Baroli

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Hoje estreia nos cinemas brasileiros o longa Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, e o Omelete entrevistou Hermes Baroli, co-diretor da dublagem do filme e dublador do protagonista Seiya de Pégaso. Baroli fala sobre as novidades da adaptação brasileira, as diferenças entre o longa e o desenho e os 20 anos da série no Brasil.

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Como foi o processo de direção da dublagem? O que fizeram de novo em relação ao desenho?
A Dubrasil (estúdio de Hermes, responsável pela dublagem de Cavaleiros) já propõe uma direção diferente do ritmo industrial que o mercado tomou. A gente faz no tempo de antigamente, com calma, sem pressa nem afobação, e os atores já chegam com essa energia, muito a fim de fazer isso. É um trabalho diferenciado. Propusemos dois diretores simultaneamente: a Zodja Pereira  ao lado da profissional técnica e eu dentro do estúdio. Prestamos atenção em tudo, e só quando a equipe estava satisfeita e quando os dois diretores, ator e a técnica aprovava a gente seguia.

Conversamos com o Mauro Castro (dublador do Camus de Aquário), e ele comentou sobre essa preparação especial da dublagem do filme. A Dubrasil nasceu com esse objetivo. Eu estava entrando por um caminho de dublagem que eu não acreditava mais. Para fazer isso não basta ganhar dinheiro, tem que ter prazer. Acho que a gente atingiu isso. Eu mesmo fiz um processo acompanhado por uma fonoaudióloga três meses antes do filme, porque precisava atingir um tom de voz de 20 anos atrás… Então, só conseguiria atingí-lo com um trabalho direcionado com uma profissional me acompanhando. E, na pré-estreia do filme, o que eu mais curti de elogios foi nesse sentido. Gosto muito do resultado, acho que esse é meu melhor trabalho, e a equipe toda em seus melhores desempenhos.

Que diferenças você sentiu nos personagens e no texto em relação ao desenho?

Eu acho que eles tinham que contar uma historia de 114 episódios em pouco mais de uma hora e meia. É uma história que chegou ao Brasil 20 anos atrás… Acho que o filme tem um resultado muito bom. A trama está mais direta, vai mais direto ao assunto. Eu gosto das mudanças. Claro que o fã mais ardoroso, de antigamente, talvez não goste do Miro de Escorpião ser uma mulher, mas as mudanças são pontuais e muito legais. Acho o filme muito bom. É o melhor produto de Cavaleiros do Zodíaco e pode agradar quem não conhece. Tem o potencial pra atrair novos fãs, mas acho que faz sucesso sim. Agora os fãs são marmanjos, alguns já tem filho, talvez nem todos eles estejam acompanhando mas vão gostar.

Cavaleiros completou 20 anos no Brasil. Como evoluiu o tratamento da série? E como a Toei vê isso?

A Toei sabe que o Brasil tem uma força muito grande. O Kurumada (criador da série) mandou mensagem em português pro público, na pré-estreia. É algo importante. Cavaleiros hoje é um acontecimento no país. Em 1994, a gente dublava em cima do espanhol. Hoje, o lançamento é quase simultâneo. Só não foi aqui porque as salas não tinham agenda pra isso. Devido a importância que a série tem no país, a Toei faz um investimento. Eles sabem a importancia que a dublagem tem nesse produto. O público fala de Cavaleiros e da dublagem ao mesmo tempo, não ter a voz dos atores seria um absurdo. Isso vem nos dando valor, o público valoriza muito esse elenco, valoriza a Dubrasil, e isso não tem outro produto, não tem em outro país. Cavaleiros do Zodíaco é um caso à parte.

E como você vê seu papel como a voz do Seiya nesses 20 anos? O que mudou de lá para cá?

É mais fácil. Tem uma pressão, mas a gente conhece os personagens. Em 20 anos, fizemos esse papel em diversos momentos: o Omega mesmo tem o Seiya mais maduro, os 50 primeiros episódios. Fiz uma escola de arte dramática no meio do caminho, tenho uma boa experiencia em teatro, eu e os outros colegas. A gente tem uma experiencia maior de microfone, um contato muito grande com o público de anime. A diferença é buscar o timbre de quando eu tinha 18 anos, esse é o objetivo e o trabalho do ator. Nesse filme, o Seiya está muito engraçado, mais moleque do que nunca, ele está divertido e foi muito prazeroso fazer, de verdade.

O que os fãs podem esperar do filme?

Podem esperar uma hora e meia de entretenimento, é um filme muito legal, com muita ação, humor, eu acho que tem todos os elementos que fizeram a série um sucesso no país.

Fonte: Omelete