Pepper Grinder — A BROCA QUE PERFURA OS CÉUS | Análise

Pepper Grinder — A BROCA QUE PERFURA OS CÉUS Análise

Sabe aquela coisa de que o nosso gosto não é necessariamente nosso e sim uma construção mercadológica? Bem, isso vale para os meus gostos de videogame (em algum nível). Fui a criança do Super Nintendo da rua, e nessa época era muito comum se ter jogos de plataforma — era a coisa do momento; Super Mario World, Demon’s Crest, Joe & Mac e o meu favorito, Donkey Kong Country 2. Mas o que isso tudo significa? Ora, que quando vi Pepper Grinder, o interesse foi instantâneo.

Pepper Grinder é um jogo de ação e plataforma super frenético que conta a história de Pepper que, após um naufrágio, tem suas riquezas roubadas. Mesmo correndo atrás dos ladrões, a ponte que os separaram foi destruída e, durante a queda, ela adquire o ponto central por trás do jogo: A broca.

Pepper Grinder análise

Cavando fundo até a criatividade

Após essa rápida introdução o jogo vai seguir daqui em diante sendo muito direto, tanto em suas apresentações quanto no seu momentum-a-momentum, sem muita firula. A broca é a sua arma tanto de defesa quanto de movimentação. Em sua estrutura o jogo se assemelha bastante aos Donkey Kong Country feitos pela Retro Studios do jeito que, se uma fase tem um tema, ele é explorado ao máximo, sem repetir desafios e sempre apresentando novos conceitos em cima da gameplay já pré-estabelecido.

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Aqui existem formas diferentes e bem criativas de lidar com os obstáculos de um plataformer convencional — mas sempre com a broca como sua solução universal, pois se buracos mais longos necessitam de mais velocidade, então cave o suficiente para ter um impulso assim que sair do chão. Precisa se livrar de inimigos voando ou que atiram a distância? Junte sua broca com uma metralhadora. Portas trancadas? Engate uma chave na broca, broca, broca, broca, tudo é broca.

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Mas nem tudo a broca resolve…

Para além das fases, o jogo também conta com lutas contra chefes que, bem… o jogo realmente peca um pouco pelo fato de existir um vão de dificuldade entre as fases e os chefes. Talvez seja pelo ritmo rápido demais de algumas lutas, o não uso de frames de invencibilidade durante a finalização dos chefes, os coletáveis às vezes atrás de obstáculos, ou até caminhos obtusos demais em uma primeira vista.

Mas lembra que falei mais cedo da variedade e tudo mais? Pois bem, existem momentos dentro do jogo em que seu principal brilho é esquecido ao focar no combate. Eu até entendo, cada jogo tem seu momento de quebra no ritmo ou de busca à um novo meio, porém esse combate soa mais como empecilho entre você e o… chão?!? Eu só quero brocar.

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Apesar de ainda ter minhas ressalvas, Pepper Grinder é um jogo muito direto ao ponto, criativo, e conciso. Numa indústria que usa do platformer apenas como um meio dentro de seus jogos, o título traz um frescor à um gênero que já foi muito popular nos anos noventa (e teve outro boom ali por 2010, mas isso é papo para outro dia) e uma boa experiência reforçando que ainda é um gênero que possui muita lenha para queimar.

Uma cópia gratuita de Pepper Grinder para PC foi concedida pela Devolver Digital para análise no Recanto do Dragão.