Esta indagação poderia muito bem ser encarada como um apelo, na verdade a minha real intenção neste breve texto é justamente provocar uma reflexão a todos os “gamers”, nerds/geek’s ou a qualquer um que aprecie a diversão e tecnologia proporcionada pelo mundo dos games. É óbvio que eu poderia incluir em minha alegação outras plataformas como Xbox One ou Nintendo Wii U(este último o que mais me chamou atenção de maneira positiva), mas decidi direcionar minha crítica ao Ps4 uma vez que me considero seguidor assíduo da franquia há vários anos e assim posso opinar com um pouco mais de propriedade que nos demais.
Passado o estardalhaço da E3 2014 que apresentou “resultados” interessantes com “Steamboy” e as novidades de “Titanfall”, é que pareceu interessante descrever minha “revolta”. Acompanhei algumas sequências de jogos tradicionais (como FIFA 2015) e também alguns lançamentos, mas de fato posso dizer que a minha previsão para o “mundo dos games” é de certa forma negativa e vou argumentar o motivo.
Para isso não preciso recorrer aos primórdios dos videogames, basta-me caminhar até um passado não muito remoto (embora para o mercado da tecnologia corresponda a séculos de divergências) onde os consoles da Nintendo (no caso SuperNintendo) “reinavam soberanos”. Lembro-me que nesta época era extremamente custoso (em todos os sentidos) adquirir um “cartucho/fita”, os jogos eram demasiadamente simples e obviamente não existia a “interação” online. No entanto perante tantos empecilhos e obsolescências é preciso ressaltar um fator, é necessário evidenciar o que mais havia de importante nos games e que hoje encontra-se em descaso, a DIVERSÃO (tratarei disso mais adiante).
Toda precariedade gráfica compensava-se com a jogabilidade, a interação não era online/virtual e as pessoas, os amigos eram impelidos a sentarem-se lado a lado, a se visitarem, a trocar “manhas e truques”, etc. Nesta época os videogames proporcionavam o verdadeiro contato com o outro e os lendários “16 bits” pouco nos importavam. Eu sei que pode soar “fundamentalista”, mas na medida em que a tecnologia avançou as pessoas tornaram-se mais distantes (lembre-se da “Lans” lotadas para jogar “CA”, e como elas estão agora).
Não quero dizer aqui que sou contrário à tecnologia ou ao avanço da mesma, mas acredito que a verdadeira diversão que antes encontrávamos nos consoles antigos está se esvaindo com a complexidade que acompanha o “progresso tecnológico””. Se novamente nos remetermos ao SNES, Mega Drive ou mesmo ao “Play 1” podemos comparar por exemplo, os games de futebol com os da atualidade, como os International Superstar Soccer e Winning Eleven’s/PES (ambos da Konami) embora fossem “endeusados” em suas respectivas épocas, hoje soam irrisórios diante das inovações da área (como Fifa 2015 citado anteriormente). Porém quem não se recorda dos incomparáveis momentos de diversão em que você e seus amigos (irmão, primo, etc.) desfrutavam ao reunirem-se para jogar uma “partidinha”? será que nos preocupávamos realmente com o “gráfico”, os rankings mundiais ou com pacotes de extensão? E o épico “quem perdeu passa o controle” ainda sobrevive? Será que os novos Fifa e PES podem nos fornecer tamanha satisfação? Fico na dúvida, principalmente no quesito “facilidade para jogar” (quanto mais sofisticado um jogo maior o nível de complexidade da jogabilidade).
Onde quero chegar com isso? No Ps4 é claro! É evidente que o novo console da Sony trouxe novidades positivas, como os “8 GB de RAM” por exemplo. Mas as perguntas que desejo fazer são as seguintes: e os jogos como estarão? Complexos e enganosamente perfeitos? Existe uma real modificação comparada ao seu antecessor (PS3)? E você precisa de um PS4 para se divertir ou convidar um amigo para jogar?
Enquanto as respostas são pensadas, deixo aqui o meu singelo apelo, voltemos às “origens” quando o que importava era simplesmente nos divertirmos jogando. Quando interagir era realmente estar com o outro e não um mero contato de voz ou chat online. Voltemo-nos para quando éramos verdadeiramente gamers.
Essa matéria foi feita pelo Vinícius Souza, leitor e grande amigo, e que provavelmente será um eterno Gamer.