Bates Motel – Análise da 1º Temporada

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Bates Motel quando foi anunciada sabia que tinha uma dura missão pela frente, afinal fazer uma prequel de Psycho (Psicose de Hitchcock) não seria algo nada fácil. Enfim, o simples fato de contar a história de Norman Bates (um dos maiores serial killers do cinema) já é uma tarefa difícil para qualquer um, especialmente se as pessoas sempre usarem o filme de Hitchcock  como comparação. No fim, a série teve falhas, mas em geral, a primeira temporada foi ótima.

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Para começar, chamar de prequel é algo até meio estranho, pois a série meio que deixa de lado a continuidade em comparação ao filme. Ambientado em tempos modernos é normal  de se ver o jovem perturbado Norman mandando mensagens de texto para as garotas da escola, por exemplo. Mas, você não se foca nisso, pois tirando esse detalhe e os carros, a cidade de  White Pine Bay, em que a série se ambienta é bem retro.  A direção que o seriado possui é muito boa, e as filmagens, ângulos de câmera e fotografia são de qualidade altíssima. Algumas coisas são feitas de um jeito meio estranho, como uma cena de sexo que ocorre no meio da temporada, mas isso não atrapalha o conjunto da obra.

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Quanto à narrativa, é inegável que o seriado bebe da fonte de Twin Peaks, a clássica série do grande David Lynch. Todo o clima de suspense e mistério, além da óbvia ambientação em uma cidade do interior americana. White Pine Bay é uma cidade cheia de segredos, e durante os dez episódios da série, são descobertas muitas coisas sobre a mesma. Aliás, o formato de dez episódios caiu muito bem para a série, que não enrolou ou perdeu o ritmo em nenhum momento, todo episódio acontece algo de interessante, fazendo o telespectador ficar mais vidrado. Mas, se tem problemas? Inegável, afinal o mesmo formato fez com que algumas tramas ficassem meio apressadas, sem um desfecho digno. Só no primeiro ano possui várias subtramas como tráfico de escravas sexuais, e todo o esquema de drogas que acontece na cidade. Além de obviamente, o verdadeiro foco que é a lenta transformação de Norman, sendo esse o foco da série, tomando maior parte do tempo. Mas, isso não chega a ser totalmente um defeito, algumas dessas tramas já servem para ‘’arrumar a casa’’ da segunda temporada. Então, talvez o maior defeito seja em alguns diálogos que muitas vezes soam extremamente forçados.

 

A série acerta justamente na questão dos personagens, inclusive tomando diversas liberdades em relação a sua obra original. Todo o relacionamento assustador que Norman tem com sua mãe, Norma é prazeroso de assistir. A tensão que há nos momentos em que Norman pode acabar saindo do controle mostrando suas características de psicopata, e obviamente a influencia que Norma tem sobre o garoto. E Bates Motel faz isso do modo certo, mesmo o ritmo sendo rápido, o principal foco nunca chega a ser devagar ou rápida demais. Então, se vê sinais do que Norman se tornará, talvez pelos eventos da temporada, ou por causa da própria mãe, mas nunca de uma maneira apressada. Tudo é tão bem feito, que é possível até de torcer por Norman em alguns momentos. Mas, falando sobre outros personagens, o irmão de Norman, Dylan é uma excelente adição no elenco. O simples fato de ele começar como um cara rude, mas que depois vai se revelando ser o mais são da família Bates serve como se ele fosse à esperança de salvar a família. Inclusive o desenvolvimento dele com Norman e Norma é ótimo, principalmente com sua mãe que o trata de maneira desagradável, mas que aprende a amá-lo quando o mesmo descobre os problemas da família. Fora isso, os interesses amorosos de Norman, Bradley e Emma, também não falham e ficam longe de ser aquele arquétipo de ‘’garota popular e patricinha do colegial’’ e ‘’nerd fofa, mas adorável’’.

 

Além de que claro não foram faladas das atuações. Interpretado por Freddie Highmore, o garoto do Charlie e a Fábrica de Chocolates, ele encarna um Norman Bates perfeito. Todos os trejeitos de personalidade violenta, os surtos, e até o seu modo calmo, mas assustador são  bem interpretados. E a atuação de Vera Farmiga, a terapeuta dos Infiltrados, também é excelente, como Norma Bates. Todos os seus problemas de personalidade, e as cenas com Norman só funcionam tão bem por causa dos dois. O resto do elenco, como Max Thieriot, o Dylan está ótimo, mas o verdadeiro brilho nas atuações é Highmore e Farmiga. Aliás é possível até arriscar que a série não funcionaria tão bem sem os dois.

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Para finalizar, o que se pode concluir é que Bates Motel possui suas falhas, mas consegue superar as expectativas em relação ao filme de Hithcock. O roteiro às vezes possui falhas, mas em geral a série é divertida de ver e não cansa. O final de temporada deixa dicas do que pode se tratar o segundo ano, mas poderia ser melhor. Enfim, o ideal é aproveitar os dez episódios e de preferência ignorar o filme de Hitchcock, afinal até a continuidade da série é outra.

 

NOTA: 85/100