Brasil Comic Con 2014 – Cartunistas brasileiros de sucesso

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O recanto do Dragão esteve presente na Brasil Comic Con (BCC) 2014. A BCC desse ano esteve repleta de atrações como por exemplo vários artistas convidados, onde se destacam Takumi Tsutsui (Ninja Jiraiya), Paul Zaloom (Beakman) e Silvester McCoy (Doctor Who), no entanto o maior diferencial com relação a outros eventos do gênero foi a quantidade de cartunistas presentes. O “beco dos artistas” na BCC foi um prato cheio para quem procura algo novo para ler, nele foram expostos ótimos trabalhos (quadrinhos e desenhos) que já estão publicados e alguns que por enquanto só existem na internet. Foi notável a diferença entre os gêneros escolhidos pelos artistas, tanto em tipo de historia quanto em estilo de desenho. O Recanto do Dragão entrevistou rapidamente 3 cartunistas brasileiros que conseguiram um sucesso notável no ramo, porém existia uma infinidade de outros ótimos trabalhos. Confira as entrevistas à seguir:

Max Andrade Duarte, 23 anos

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O seu mangá “Tools Challenge” é o primeiro mangá independente a ser financiado por leitores aqui no Brasil, como foi isso?

Era um webcomic e depois tivemos um projeto de arrecadamento no “Catarse” e em 60 dias arrecadamos 6305 reais no volume um, depois no volume dois conseguimos arrecadar 13000, então estamos tendo mais e mais cuidado com a produção de cada capitulo e com o desenvolvimento da história.

O que você acha sobre os incentivos existentes hoje em dia por parte do governo?

O incentivo que conseguimos hoje em dia é bom e está crescendo, mas a maior ajuda veio e vem por parte dos fãs que possibilitaram que o projeto ganhasse proporções muito maiores.

Qual seu personagem preferido na sua história?

Meu personagem principal Raion, ele é o Protagonista então é meio difícil de não gostar dele.

Conte um pouco sobre a história.

É um mundo muito parecido com o nosso, só que nesse mundo todos nascem com uma ferramenta e algumas dessas pessoas nascem com uma ferramenta especial que é chamada de “série ouro” e não podem viver longe dessa ferramenta “série ouro” por mais de 15 anos. Raion nasceu com uma “série ouro” mas ela foi roubada e agora um pouco antes de completar 15 anos de idade ele descobre onde ela está e tenta recupera-la.

Flavio Luiz, 47 anos

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Você tem vários trabalhos publicados, quais você considera os melhores?

O cargo chefe de minha produção foi o “Aú o Capoeirista” que vendeu perto de 9000 livros, foi adotado pela secretária estadual de educação do estado de SP e pelo programa “sala de leitura”. Meu segundo maior trabalho foi “O Cabra” que ganhou o “HQ mix” de 2006 que é o premio nacional mais importante da área de quadrinhos. Tenho um projeto mais antigo chamado “Jayne Mastodonte”, a primeira edição também ganhou o “HQ mix” só que em 1999, já a segunda edição ganhou o troféu “alfaiataria” de melhor independente. Também faço as tirinhas “rota 66” e “Jab o lutador”.

Vendo suas publicações fica claro que os personagens e as histórias são um tanto “abrasileiradas”, porque?

Minha intenção é usar a cultura nacional em meus personagens, acho que temos uma cultura muito rica, não tem necessidade de ficarmos “copiando” Homen Aranha e Batman.

Você tem um sucesso considerável na área, que dica você daria para alguém que esta querendo entrar nesse meio?

Estudar e ler bastante, não só quadrinhos, mas também livros. Seria bom procurar alguns cursos de quadrinhos e livros, eu recomendo um livro de “Will Eisner” que se chama “quadrinhos e arte sequencial”, considero um ótimo material e sei que vai ajudar bastante.

Will Conrad (Vilmar Conrado), 40 anos

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Você desenha para editoras americanas, como conseguiu isso?

Trabalho a 15 anos para o mercado americano, fiquei sabendo de uma agencia que representava desenhistas brasileiros para os Estados Unidos, quando fiquei sabendo comecei a mandar material para lá, peguei pequenos trabalhos e hoje trabalho com as principais escritoras (DC, Dark Horse, Image e outras)

Seu trabalho é de extrema responsabilidade, você sente muita pressão?

Na verdade não, a pressão só surge algumas vezes de prazos apertados e das exigências com a qualidade, fora isso não há muito.

Você tem algum projeto próprio?

Não posso falar qual é porque é um segredo, mas tenho sim, ele é mais voltado para o estilo mistério e pretendo lançar ano que vem nos Estados Unidos pela editora “Dark Horse”.

Algumas vez seu trabalho já foi enviado de volta por algum motivo?

É muito raro de acontecer, mas, as vezes pedem algum tipo de correção, sempre pouca coisa.

Você já desenhou vários personagens diferentes durante toda sua carreira, qual você considerou o mais difícil?

O Homem de Ferro é o personagem que mais me dá trabalho de desenhar por causa da armadura dele.

Que conselho que você daria para os novos desenhistas?

Sempre aprimore sua arte e seja sempre profissional com prazos e com a forma de se dirigir às editoras, perseverança também é muito importante.

De todos seus trabalhos, qual é o que mais te dá orgulho?

Me orgulho mais de “Serenidy”, foi um projeto com “Joss Whedon” que é o diretor dos vingadores, ele foi baseado em “firefly” e abraça o fim da série e o filme.