O observatório da NASA, W. M. Keck Observatory, com análises da Universidade de Leicester, da Inglaterra, conseguiu localizar chuvas de partículas carregadas de água na atmosfera de Saturno, vindas de seus anéis circundantes.
O artigo detalhando a descoberta, que esclarece várias questões sobre o segundo maior planeta do nosso sistema solar, foi publicado na semana passada na revista científica Nature.
Partículas carregadas de água chovem na atmosfera de Saturno — e a dimensão dessa chuva e a extensão de áreas do planeta que ela afeta é muito maior do que se imaginava anteriormente.
Como isso acontece?
O estudo concluiu que as partículas carregadas de água são atraídas pelo campo magnético de Saturno, causando a neutralização dos íons de hidrogênio da ionosfera (a porção mais alta da atmosfera). Essa camada de íons causa um brilho infravermelho que cobre todo o planeta, exceto nesses lugares onde a chuva dos anéis cai: ali, ficam apenas imensas sombras.
Atmosfera sombria
Essas sombras cobrem 30 a 43% da ionosfera — uma área muito maior do que foi observada anteriormente. Em 1980, foram descobertas as primeiras imagens, através da espaçonave Voyager, dessas camadas escuras da atmosfera de Saturno. As sombras foram vistas novamente só em 2011, mas só agora é que a descoberta da chuva dos anéis dá uma maior dimensão ao que acontece na atmosfera do planeta.
“Saturno é o primeiro planeta a mostrar uma interação significativa entre sua atmosfera e seu sistema de anéis”, diz o principal autor do artigo sobre a descoberta, James O’Donoghue. “O maior efeito da chuva dos anéis é que ela extingue a ionosfera de Saturno, reduzindo severamente as densidades de elétrons nas regiões em que cai”.
Uma pergunta a menos
A descoberta responde a uma questão colocada há anos pelos cientistas: por que densidades atipicamente mais baixas de elétrons são observadas em alguns lugares de Saturno? Essa é uma pergunta, dentre as bilhões sobre o nosso universo, que já pode ser riscada do caderninho dos astronautas.
Fonte: Megacurioso