O recém-anunciado PC portátil Zeenix, vindo da famosa TecToy, promete trazer jogos das suas (já existentes) bibliotecas de PC para qualquer lugar, almejando preços mais baixos e isentos de impostos em comparação aos consoles convencionais. As versões já anunciadas são o Zeenix Pro, que compete com ótimos PCs do mercado pela atenção dos entusiastas, e o Zeenix Lite, que foca em rodar jogos mais leves para uma audiência mais casual.
Conversamos com Pedro Caxa, o Head de Marketing da TecToy, sobre as incógnitas e os prospectos para o futuro de uma plataforma que se compromete em acessibilizar e portabilizar a experiência de um PC gamer na palma das mãos dos brasileiros.
RDD: A TecToy chegou a anunciar duas versões do Zeenix: Lite e Pro. Como visto no site do Zeenix, as especificações técnicas de ambas as versões são muito diferentes, e o Lite parece ficar bem para trás. Qual é a sua perspectiva em relação ao público alvo do Lite e o Pro?
Caxa: Quando decidimos trazer dois modelos para o Brasil, pensamos em dois públicos diferentes. Acreditamos no potencial do Lite pois ele roda os jogos que a maioria do público tem interesse: ele é capaz de rodar jogos como GTA V, Rainbow Six: Siege, LoL, Valorant. No Brasil, acreditamos que existe um grande público interessado a ter estes jogos disponíveis de forma portátil. Sou um grande usuário do Lite também, e fico feliz com seu funcionamento pois ele roda diversos jogos indies, retrôs, todos os jogos da geração do Xbox 360 e PS3, e diversos jogos da geração do Xbox One e PS4.
O Zeenix Lite funciona tanto para quem quer jogar jogos free-to-play e outros mais leves do mercado quanto pra quem já tem um bom PC e quer usar ele, por exemplo, como uma máquina portátil de jogos indies e retrô, além de servir como uma plataforma para o Steam Link e XCloud para streamar jogos do computador. Sua bateria também é bem eficiente. O Zeenix Pro, por sua vez, é para os entusiastas. Ele consegue rodar a maioria dos AAAs da atualidade. É um portátil para quem quer levar até os jogos mais poderosos como companhia, em qualquer lugar.
RDD: Em relação à bateria…você mencionou que o Lite é eficiente em seu uso. Ela é igual entre os dois modelos, ou tem uma diferença de eficiência?
Caxa: Essa é realmente uma questão importante. Tanto o Zeenix Lite quanto o Pro vêm com a exata mesma bateria. Você tem o controle de TDP (thermal design power) do processador para controlar quantos watts por hora você gasta no Zeenix.
Um exemplo com o Pro: um AAA precisa de 20 watts pra rodar. O Zeenix Pro aguenta até 36 watts de TDP. À 20 watts, a bateria dura uma hora e meia; em 36, um pouco menos. Mas os AAAs costumam precisar de 20 watts para rodar. Normalmente, indies mais leves e jogos retrô precisam de apenas 8 watts, e daí ele dura até 4 horas.
Agora, o máximo de TDP do Zeenix Lite é 20, mas a maioria das suas funções são desempenhadas utilizando apenas 8 watts. Então, usando um XCloud, você consegue tirar umas boas 4 a 5 horas de bateria.
RDD: Seguindo um pouco mais na parte técnica, um grande diferencial do Zeenix é dele vir com o Windows 11 instalado, enquanto plataformas como o Steam Deck tem problemas de compatibilidade com jogos não-Steam e que não tiram bom proveito do Proton (baseado em Linux). Como vocês lidam com a implementação do Windows? Os jogos de plataformas diferentes, como GOG e Epic, estão funcionando bem?
Caxa: Nosso slogan é “Liberte seu Jogo”, então essa é uma grande prioridade! Temos uma interface própria que vem por cima do Windows 11 e ela já reúne automaticamente seus jogos da Steam, Epic Games e Xbox Game Pass, além de futuramente integrar outras lojas como a GOG. A nossa ideia é dar liberdade pro jogador, o que significa que você também pode instalar outro sistema operacional e usar o Zeenix da forma que bem entender.
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RDD: Como você mencionou a interface, ficamos curiosos: como exatamente ela funciona?
Caxa: Ela também funciona da forma que você preferir. Por padrão, ao ligar o Zeenix, a interface própria vai ser iniciada em conjunto, mas você pode desativá-la ou sair dela sem problemas.
RDD: Considerando que muitos consoles portáteis acabam tendo alguns problemas técnicos e necessitam de trocas de peças, como vocês vão lidar com a assistência técnica do Zeenix?
Caxa: Hoje a TecToy é uma big tech brasileira que também trabalha com outras áreas como automação comercial e meios de pagamento. Temos uma fábrica bem grande em Cotia, focada especificamente em assistência técnica especializada. Estamos preparados para cobrir o Zeenix com assistência técnica e garantia oficial no Brasil.
RDD: Ao falar conosco, um dos desenvolvedores aqui no stand do Zeenix mencionou que uma boa vantagem desse dispositivo é o fato dele ser um “PC portátil” ao invés de um “console de videogame”. Qual é a perspectiva de mercado do Zeenix em relação a concorrentes como o Playstation, Xbox, Switch, Steam Deck, ROG Ally e afins? Vai existir um grande salto de preço entre o Zeenix Pro e o Lite?
Caxa: O Pro e o Lite são produtos muito distintos. São para públicos completamente diferentes, e vemos isso como uma vantagem! Em questão de preço, o Zeenix realmente não é um console, mas sim um PC portátil. Utilizamos peças de notebook para fabricá-los, e utilizamos Windows. Você pode inclusive conectar um mouse e teclado para trabalhar nele, e ele até vem com um mini-teclado. Vamos revelar o preço junto da pré-venda muito em breve. Estamos trabalhando pra ele chegar no melhor custo benefício possível pro público brasileiro nas duas versões.
RDD: Para finalizar, gostaríamos de falar da lineup de lançamento, que é bem interessante. Como vocês firmaram essa ideia? O que significa quando jogos como o Bem Feito, que já está disponível na Steam, são considerados parte do lineup de lançamento do Zeenix?
Caxa: Pensamos em ter uma loja no futuro, mas como muitas outras coisas, ainda é um projeto.
A princípio, como um ponto principal de marketing, pensamos da seguinte maneira: Roda bem no Zeenix? É brasileiro? Se sim, então vem com a gente.
Dos 11 jogos que estamos mostrando em nosso stand aqui na gamescom latam, 9 são brasileiros. Temos Deathbound, Gaúcho, Mullet MadJack… uns já lançaram, outros não, mas o objetivo principal é promover a indústria nacional de jogos e funcionar como um motor da cena de nosso país.
Ainda sem preço definido e se sustentando pelo renome da Tectoy, restam incógnitas sobre como as duas versões do Zeenix vão se adaptar ao mercado brasileiro em funções, manutenções e claro, acessibilidade para o povo brasileiro que deseja conseguir jogar seus jogos favoritos em um pequeno PC gamer.
O Zeenix ainda não tem data de lançamento, mas você pode conferir novidades dele visitando seu site oficial.