One Piece: The Movie — uma curta e doce expedição

Se quiserem um acompanhamento sonoro, acho que para esse artigo essa playlist seria ótima!

No início da loooonga vida de One Piece, todo mundo queria embarcar nesse navio que prometia todo tipo de sucesso. O início de One Piece teve alguns bons filmes para acompanhar, e nós já falamos de um deles! Mas aquele não é bem considerado como o “Filme 1”.

Oficialmente, o filme se chama One Piece… The Movie. Apesar de que ele também seja conhecido como The Great Golden Pirate Woonan ou derivados desse nome, ele é comumente chamado de Movie 1. Simples assim!

One Piece: The Movie

Em East Blue, existiu um pirata chamado Woonan que conquistou uma fortuna tão grande que seu ouro empilhado teria o tamanho de uma montanha. O ouro foi roubado de pessoas más, que imagino que seriam fáceis de encontrar em One Piece. Enquanto a tripulação de Luffy navegava rumo à Grand Line, Nami buscava a ilha de Woonan para satisfazer sua ganância. É então que eles são assaltados por piratas do Eldoraggo (ou Eldrago), um vilão tão foda que eu lembro o nome da fruta dele mas nunca do mesmo.

One Piece: The Movie

É assim que a história de fato começa! O filme em si é bem simples. O típico filler de One Piece: uma lenda; um vilão; os sonhos de alguém; injustiça acontece; Luffy surpreende a todos com sua força e coragem. É uma fórmula que One Piece usa até hoje e sejamos honestos… não acho que vai envelhecer. Dependendo da execução, pode criar as mais lindas histórias!

One Piece: The Movie

Não é bem o caso para One Piece: The Movie. Por conta do pouco tempo para desenvolver a história, ou mesmo do fato de ser um filme completamente filler não escrito pelo Oda (que sabia para onde a história iria), acaba sendo bem raso. É como um resumo rápido de um arco de One Piece, mas não tão grandioso.

Apesar do título de Grande Pirata Dourado, a ideia de um pirata tão rico quanto ele estar em East Blue, e morrer em East Blue, é bem estranha. Quer dizer, os sonhos das pessoas simples em One Piece não devem ser subestimados, mas fica difícil dizer que algo teoricamente tão grande estaria no início da história. E em East Blue, acima de tudo.

Alguns fillers do anime também usam de histórias grandiosas como essa, mas acabam por ser melhor trabalhadas. Vocês já viram o dragão de One Piece? Não Kaido! O outro. Bem, é um ser místico que não deveria existir, e aparece primeiro em um arco filler de One Piece. Um ótimo arco por sinal!

Mas a narrativa em si de One Piece: The Movie soa como um plot B de um arco maior. Vilões bem estúpidos, cheio de conveniências que diminuem a importância da lenda, e é claro que perigos bem menores do que os arcos principais. Mas olha, eu até gosto!

A animação é bem bonita e única, um pouco diferente do anime; as músicas são as mesmas que tocam nos episódios, e é bem comum que filmes de One Piece tenham músicas do anime antes de elas aparecerem lá; a luta final é bastante divertida de assistir e, por mais que não tenha um super roteiro, vem com uma boa coreografia; e, por último, termina com uma mensagem legal baseada em liberdade e sonhos. É One Piece!

Vale mencionar que nesse ponto, a tripulação ainda era composta por só quatro integrantes, e Sanji ainda não se juntou ao bando. Ainda assim, as dinâmicas do grupo já são interessantes: Luffy e Zoro se metem em encrencas juntos, porque Zoro é o único que consegue acompanhar Luffy, Nami e Usopp fazem a parte mais cômica e servem como reação para as coisas ridículas que acontecem.

A narrativa central segue Tobio e Ganzo, seu avô, que estão procurando o pirata Woonan. Enquanto Tobio quer se juntar à sua tripulação, Ganzo apenas quer que seu neto aprenda uma valiosa lição. E, quando ele de fato decide ir atrás de Woonan, revela para o grupo que foi um grande amigo dele.

Uma coisa legal é que One Piece: The Movie pinta Ganzo e Woonan como iguais, mas em ambições diferentes. Woonan queria o ouro, uma grande montanha dele. Ganzo é um simples cozinheiro e foca seus esforços em Oden. Ainda assim, ambos possuem a mesma determinação, e Woonan fez o que fez pela aventura: pois o ouro não pode rir, chorar, gritar ou comer. É apenas um pedaço de pedra.

Enquanto isso, Eldrago ama o ouro acima de tudo, e usa do seu dinheiro para convencer os outros. Ele é bastante rico, e possui o poder da Goe Goe No Mi, a Fruta do Grito, capaz de lançar rajadas explosivas pela boca ao gritar. É um poder simples, chato, e combina bastante com o personagem. Poderoso, mas sem qualquer versatilidade e não seria capaz de aguentar nenhum pirata minimamente forte, muito menos Luffy.

A batalha final deles é bem divertida e balanceada. Apesar da força do Luffy, ele penou um pouco para descobrir como vencer Eldrago. Isso não foi feito com diálogos, e sim com os golpes e a coreografia, algo bem único e pouco usado no anime naquele momento. O foco na animação dá aos filmes de One Piece uma grande vantagem em combate!

Luffy usou todos os golpes que ele tinha no momento, com raras exceções. Foi bem legal ver alguns que raramente retornam, e é claro que Bazooka finalizou. No fim, os personagens descobrem que Woonan morreu, mas manteve a primeira bandeira que fez como um sinal de que Ganzo sempre estaria com ele. O ouro? Voltou para seus donos, pois para Woonan não vale mais nada.

Ganzo retornará para sua lojinha de Oden e, ao contrário do que eu pensava, Tobio não seguirá os passos do velho, nem os de Woonan. Ele disse apenas que vai esperar, pois na hora certa vai encontrar seu sonho. Isso é lindo, porque você passa o filme imaginando que ele vai ver que Woonan estava errado e começar a fazer Oden com o avô, mas é muito melhor saber que ele vai achar seu próprio lugar no mundo.

Em geral, é um filme divertido mas não impressionante. Tem muita coisa melhor dentro e fora do canon de One Piece, mas não me arrependo de dar 50 minutos do meu tempo a um filme que, no final, me divertiu. E teve essas imagens legais no final, com direito a uma referência aos One Shots do Oda!

No mais, desejo uma boa noite. Façam uma boa viagem!