Minha história com Plants vs. Zombies começou em meados de 2010, durante seu lançamento. Estava eu, pequeno Yanzinho, fazendo mais uma visita ao dentista. A doutora examinava manchas escuras que tinha (e ainda tenho) nos meus molares, com instrumentos afiados e procedimentos desconfortáveis. O sofrimento passou, e então ela quis me mostrar um joguinho no qual estava viciada; era Zuma, outro título da PopCap lançado em 2003. Meu pai e eu fomos pesquisar quando chegamos em casa, e então descobrimos outros jogos da empresa… o resto é história.
Estamos em 2025. Uma pandemia e cerca de nove jogos da franquia depois (mais ou menos, e nem contando as múltiplas versões exclusivas da China), incluindo spin-offs, remakes e portes dos mais diversos, e a PopCap decidiu embarcar na tendência do mercado de revisitar títulos fundamentais do início do século com tratamentos estéticos. Remakes, remasterizações, relançamentos em “bundles” e similares invadem as vitrines de jogos aos montes. Dessa vez, optaram por resgatar o avô da franquia: o tower defense primordial Plants vs. Zombies (2009) para atualizar gráficos, trazer melhorias de qualidade de vida, unificar conteúdos exclusivos de certas versões e introduzir outros que nunca haviam nunca haviam sido lançados.



Alguns desses conteúdos incluem os modos cooperativo e PvP local; mini-campanhas alternativas com modificadores de dificuldade – o capítulo “Dia Nublado”, que altera o recebimento de sóis e o valor de plantas, e “Descanse em Paz”, uma versão hardcore da campanha que recomeça caso você perca – além de diversos minigames insanos e icônicos que marcaram o jogo original. São quebra-cabeças de combinação (estilo Bejeweled), “Eu, Zumbi” (inversão de papéis) , Zumbotânicos (inimigos fundidos com plantas), Quebra-Vasos, Boliche de Nozes, sóis gigantes, inimigos invisíveis, projéteis com gravidade alterada… é muito conteúdo, tem de tudo um pouco. Ah, e tudo em português do Brasil!



No entanto, junto da pressa para capitalizar em cima de uma franquia bastante antiga, a EA também não pôde deixar de escorregar nas cascas de banana plantadas ao longo dessa estratégia. Assim, erraram grosseiramente com o timing do anúncio do remaster e jogaram a campanha de aniversário de 16 anos da franquia – intitulada Sweet 16 – no lixo. Um evento “hypebait” manchado por expectativas quebradas, derivadas de uma comunidade desesperada por dias melhores, que buscam por respostas e algum conteúdo de qualidade. Uma comunidade forçada a assistir uma “comemoração” que relembra toda a trajetória da série sem sequer oferecer algo concreto para acrescentar à sua fundação. Se tornou uma celebração tóxica de algo que a EA aparentemente havia abandonado. Só serviu como nada mais que um imenso tiro no pé.
A maré apenas acalmou quando finalmente anunciaram o remaster com atraso: a surpresa prometida era Plants vs. Zombies: Replanted, para novembro, cuja existência inclusive foi vazada em primeira mão pelo nosso próprio órgão regulatório… E o anúncio amenizou os ânimos, mas só até o jogo de fato ser lançado. Saiu perceptivelmente inacabado, causando um impacto inicial negativo, marcado a ferro e fogo pela maldição da indústria de “vender primeiro, arrumar depois“. Foi esse o motivo pelo qual adiei minha jogatina e, consequentemente, o lançamento desta análise.
A existência da tal campanha “Sweet 16”, que aconteceu ao longo de maio, junta do lançamento incompleto deste remaster em novembro, demonstra que houve uma falta de preparação e um “apressamento” da Electronic Arts para capitalizar em cima do significativo hype gerado em torno de uma comunidade desesperada por qualquer migalha. Plants vs. Zombies morre dia após dia por negligência, projetos inacabados ou abandonados, estúdios fechados, conteúdo desprovido do mínimo controle de qualidade e por práticas de monetização predatórias.
Na sua germinação inicial, Replanted sofreu de todas as pragas possíveis: eram bugs estéticos grosseiros (mas em maioria mecanicamente inofensivos) como sprites 2D das plantas em escala e/ou resolução errada; efeitos sonoros dessincronizados de animações; comportamentos de inimigos especiais erráticos (teleportações, interações bugadas, dentre outros); softlocks frequentes nos modos Co-op e PVP; e principalmente a ausência da sagrada trilha sonora adaptativa de Laura Shigihara, que canonizou o jogo com a implementação de instrumentos à medida que hordas poderosas eram confrontadas; além de conteúdos “extras e inéditos” considerados “decepcionantes” (particularmente o mini-álbum de artes conceituais).


Falar sobre qualquer jogo relacionado à EA é difícil, considerando meu histórico com a franquia e as inúmeras decepções que sofri em decorrência de suas decisões. A distribuidora é notória na indústria por sua reputação negativa, instituindo práticas predatórias de monetização e a péssima manutenção de seus títulos live-service — o inferno e a ressureição de Star Wars: Battlefront II (2017) que o diga, gostaria que Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville (ou mesmo Garden Warfare 2) tivesse a mesma catarse; o desespero pela capitalização barata em cima de tendências e nostalgia — quem acompanha Battlefield sabe – e o fechamento sem cerimônia de estúdios populares, juntamente da guilhotinagem em massa de projetos considerados “financeiramente arriscados” pela empresa. A lista continua.
A moral da história é que a EA não mediu esforços pra pintar um imenso alvo circular vermelho-e-branco na sua testa, condicionando todos a sempre esperarem pelo pior quando se trata dela. É um alvo fácil para críticas… e é aqui que me vejo obrigado a subverter as expectativas de todos e afirmar que o esforço que está sendo aplicado em tornar Replanted na “Versão Definitiva™ de Plants vs. Zombies” é bastante notável, apesar de seu lançamento terrível. Considerando suas primeiras atualizações e a aberta comunicação sobre patches futuros, é quase certo de que o sonho dessa se tornar uma boa versão do clássico se concretizará.
Revisitando o avô de uma família em eterna evolução
Se me perguntassem como foi a experiência de jogar Plants vs. Zombies: Replanted quase uma década e meia depois de seu lançamento original, eu diria que foi “esquisita”. Mais pro positivo que negativo, mas ainda assim, esquisita.
Plants vs. Zombies é uma série numa marcha eterna rumo à sua constante reinvenção. Plants vs Zombies é cheio de vitamina D, que pode ser tanto adorável quanto sério, tanto estratégico quanto repleto de ação e porradaria. Uma série capaz de unir públicos de todas as idades, dotada de fortes e profundas raízes que suportam galhos robustos repletos de frutos dos mais diversos, tendo um pouco de tudo para oferecer à legião de fãs que possui.


Jogar qualquer versão do clássico Plants vs. Zombies, incluindo Replanted, depois de tantos anos de mudanças e centenas de plantas e zumbis novos, é uma sensação estranha. Já tomou forma de jogo de carta, de máquina de azar, de fliperama/arcade, de third-person shooter, de town-building e muito mais, mas não é preciso ir tão longe pra ver o quanto a série amadureceu com seus experimentos: basta olharmos para a própria sequência Plants vs. Zombies 2: It’s About Time, também de tower defense (gratuito e exclusivo para Mobile), para entenderemos a estranheza que descrevo.
Veja, a questão em torno do tower defense é que é um gênero particularmente delicado, e a existência de incontáveis variantes de ambos os PvZ (vamos falar mais sobre seus mods depois) introduzem uma série de ramificações nas filosofias de design originais. Até mesmo uma alteração “básica” como na meta de sóis – ou seja, mudar o valor de sóis recebidos por unidade, de 25 para 50 ou 75 – já modifica completamente os tipos de “riscos calculados” que o jogador é forçado a tomar sob pressão, exigindo também uma mudança notável no pacing das fases para reequilibrar o poder de fogo entre Plantas e Zumbis.
Em PvZ2 foi necessário introduzir cada vez mais plantas geradoras de Sol, rebalancear sutilmente estatísticas como dano e tempo de recarga, adaptar gimmicks das plantas para acomodar as necessidades dos diferentes tipos de mundos (e seus respectivos zumbis) apresentados – já não há fases com diferenças de altura em PvZ2 como no telhado de PvZ; É necessária uma nova razão pras plantas-catapulta existirem. Outra diferença é a remoção da mecânica de Sono da família de cogumelos nas fases diurnas, fazendo com que Grãos de Café deixem de existir e pedindo rebalanceamentos na família dos fungos para acomodar as mudanças e não torná-los overpowered.
Mas PvZ2 infelizmente não ficou apenas conhecido por quintuplicar o peso dos divertidos “gimmicks de mundos”, trazendo uma imensa variedade de Plantas e Zumbis que brincam e trabalham com poderes, interações e necessidades únicas entre si, potencializada pela temática de viagem temporal. Afinal de contas, essa é uma das características notáveis da franquia: é uma guerra que funciona como um pingue-pongue eterno, sem vencedores permanentes. Ambos os lados constantemente se reinventam.
Não, PvZ2 não apenas revolucionou a fórmula de seu antecessor. Ele também ficou conhecido pela gachaficação de sementes, introduzida através das Pinhatas (essencialmente loot boxes) no update 5.7.1 do Sistema de Upgrade de Plantas, a atualização mais divisiva do jogo, conhecida por alguns da comunidade como o “funeral de Plants vs. Zombies 2“.
Na tentativa de estender o tempo de vida de Plants vs. Zombies 2, amplificando exponencialmente o grind necessário pra se manter competitivamente relevante nas expansões e modos pós-campanha, a EA escolheu as rotas mais questionáveis possíveis. Sistema de experiência e upgrades de plantas, loteria de sementes, gemas (dinheiro premium), dentre outras coisas, além de empanturrar o jogo com conteúdo questionável – incluindo um recente problema, o das plantas de baixíssima qualidade.
Foi sob essa circunstância de quase-abandono (ou a péssima manutenção, pra ser franco) do PvZ2 e da trilogia Garden Warfare que a comunidade passou a se fincar com novas fundações. Um fenômeno raro e peculiar, muito semelhante ao que acontece com os jogos da Valve. Uma comunidade que se recusa a morrer, a abandonar obras-primas de décadas atrás, que decide colher seus próprios frutos, derivados de suas próprias hortas. Esse fenômeno, eu batizo de…
“Imortalidade por mil mods”
Vou admitir logo de cara que não sei quais são as circunstâncias necessárias pra se germinar esse tipo de comunidade, como a vista em torno de Plants vs. Zombies ou jogos da Valve como Left 4 Dead, Counter-Strike e Team Fortress. Se é sua iconografia, se são arquiteturas de software propensas a engenharia reversa através de ferramentas muitas vezes até oferecidas pelos próprios desenvolvedores, ou o que for. Só sei que é um fenômeno impressionante.
Todos os principais jogos de Plants vs. Zombies possuem uma miríade de versões alternativas feitas por fãs, desde modificações cosméticas até repaginações: são rebalanceamentos completos de TODO o roster de aliados e inimigos, campanhas e mundos completamente novos feitos por fãs, remakes fiéis repletos de mudanças de qualidade-de-vida, e muito mais. Isso tudo a ponto da própria PopCap confirmar que acompanham e apreciam a existência dessas versões alternativas.

O estopim principal das forks de Plants vs. Zombies 2 gira em torno da remoção dos sistemas de plantas gemium e dos upgrades com o gacha de sementes citado anteriormente, além de rebalancear as outras plantas existentes. É um processo árduo que envolve muitas vezes a própria remontagem do design e da ordem da campanha; uma revisa na progressão de dificuldade dos mundos e adições de novos tipos de desafios e mini-games exclusivos. Dentre eles, se destacam o AltverZ e o Reflourished: o primeiro é voltado a uma experiência mais difícil. Conta com fases mais longas, remove powerups e upgrades e reverte para a meta de 25 sóis (de PvZ1), e quase dobra a quantidade de fases disponíveis nos mundos; enquanto o segundo é voltado a restaurar e expandir em cima de versões pré-5.7.1, mantendo um senso de “como seria o PvZ2 original se a PopCap e a EA não tivessem causado o apocalipse com o gacha de sementes”, com um balanceamento mais afiado. Não bastasse isso, um recente competidor entrou no meio: PvZ2 Gardenless, com a proposta de ser um remake visual com rebalanceamentos e acomodações para seu porte de PC, como atalhos de teclado alfanuméricos para plantas e powerups.
Não se engane: o escopo de todos é tão massivo, tão imenso, tão gigantesco que ambos possuem seus próprios mundos exclusivos. AltverZ acabou de lançar Crimson Front, com temática de guerra, enquanto Reflourished celebrou há cerca de um ano o lançamento das Steam Ages com zumbis-robô movidos à vapor, além do mundo Assault Airspace, baseado na Sky City exclusiva à versão da China, enquanto Gardenless também reintroduziu o Templo de Kung-fu, também da versão chinesa (sério, eles tem MUITO conteúdo a mais que o Ocidente).

Acho que já falei o suficiente pra provar meu ponto, então pretendo pincelar apenas por cima de um último assunto. A criatividade e volição da comunidade tomou uma proporção de originalidade e esforço tão descomunal que o desastroso Plants vs. Zombies 3: Battle for Zomburbia, a esse ponto em seu quinto ou sexto (nem consigo mais acompanhar) “relançamento”, foi renomeado para Plants vs. Zombies 3: Evolved. O esquisito novo sobrenome adotado se refere à nova história do título, onde um meteorito radioativo atinge a Terra e permite tanto que Dr. Zomboss quanto Crazy Dave façam fusões entre suas plantas e zumbis, o que resulta em mutações bizarras que modificam o combate por completo.
O problema é que a nova-nova-nova-nova-nova versão de PvZ3 chega com uma gimmick muito similar, mesmo que mais contido (e dependente de um maldito Passe de Batalha, de todas as coisas) do mod mais em alta do momento: Plants vs. Zombies: Fusion, uma conversão total do primeiro título que permite que o jogador misture suas plantas em MILHARES de fusões completamente incompreensíveis que dobram e retorcem o tecido da realidade. É extremamente divertido!!! Mesmo que seja desbalanceado à longo prazo…
Minha pergunta antes de retornarmos ao assunto da análise é: será que a comunidade foi tão negligenciada que aflorou um ecossistema capaz de superar a própria PopCap atual?
Conclusão: por enquanto celebremos, pois o Fim ainda não chegou para nós
Ufa. Uma franquia e tanto, e o texto não toca em nem uma fração de sua imensa presença.
Minha experiência com Plants vs. Zombies: Replanted foi de satisfação. Uma satisfação de poder celebrar uma franquia que marcou minha vida finalmente recebendo uma versão “definitiva” de sua obra original (ainda em trabalho, com seus patches essenciais semana após semana); de poder recomendar um remaster aperfeiçoado para eras e dispositivos modernos, com gráficos atualizados, modos de jogo resgatados e sua belíssima estranheza preservada.
O problema é que essa satisfação vem seguida do desgosto de ser lembrado dos efeitos diários de viver num capitalismo tardio, perturbado e sem freios. Tem poucas coisas que amo mais que poder rejogar o capítulo do telhado de Crazy Dave em Plants vs. Zombies; tem poucas coisas que odeio mais que ver empresas usurpando artistas de suas próprias criações, sem sequer entrar em contato para revitalizar suas gramas envelhecidas e podar seus arbustos.
Jogar Plants vs. Zombies: Replanted é tão refrescante e encantador quanto experienciar um quase-sufocamento por monóxido de carbono, e então ser salvo pelo “ar engarrafado” do Lorax. É um vento revigorante revisitar obras lendárias que marcaram o início do século com todos esses remakes e remasters que o mercado recebe aos montes, mas também sinaliza um empobrecimento da capacidade da indústria criativa, que se desertifica sob ríspidas condições de um ecossistema ressecado, repleto de comunidades tóxicas e fragmentadas que estão tão ocupadas com seus próprios conflitos internos que são incapazes de se unirem para lidar com o ambiente catastrófico em que vivemos.
O que resta é apenas um terreno baldio pós-incêndio florestal que, ao invés de ser preservado, é então preenchido com armadilhas de urso para terminar de se colher o “quase nada” que lhe restou de vida.
Sentimos cada vez mais dificuldade em encontrar produções de alto orçamento ousadas, das quais comunidades podem participar sem ressentimentos. O definhamento da esperança à medida que mais e mais expectativas são esmagadas e o oligopólio vigente intoxica os poços de futuras possibilidades com seu falso sonho da “competitividade de livre mercado”. Nos resta, então, questionar a natureza das decisões feitas por grandes corporações, até as “bem-vistas” como remakes e remasters fiéis, mesmo que evidentemente se esforçam ao máximo para serem respeitosos com o material original.
Ver Plants vs. Zombies ser ressucitado dessa forma é quase como assistir ao comercial da Volkswagen com Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, que foi ressucitada para a peça publicitária com o uso de Deepfake, visto que já está morta há mais de 40 anos. Essa é a “estranheza” da qual me referi sobre o lançamento desse remaster, acusado (sem provas concretas) de ter utilizado IA para o trabalho de upscaling de suas artes sem entrar em contato com os artistas originais, ou de criar um álbum de “artes conceituais” com desenhos que nem mesmo os principais artistas do original foram capazes de reconhecer, incluindo imagens de outros títulos da franquia e artes supostamente fabricadas com o único propósito de serem incluídas no álbum. Suspeito, pra dizer o mínimo.
A experiência de Replanted foi sim o que prometeram. Uma versão mais “completa” e modernizada do cult clássico, com suporte a 4K, artes redesenhadas e reprogramadas para telas widescreen (o original estava preso no 4:3), dentre todas as outras coisas que já foram mencionadas. Com mais alguns patches – que já foram prometidos pela PopCap nas notícias da Steam – vai com certeza se tornar a mais universal versão do primeiro Plants vs. Zombies.
Se isso é o suficiente para você adquiri-lo, considerando seu preço atual? Fica a seu critério. Para mim, o saldo é positivo, mas é difícil não ter relances de otimismo quando tudo à sua volta já queimou até o chão.


A violação de túmulos e cemitérios é crime previsto no artigo 210 do Código Penal e pode resultar em até três anos de prisão, além de multa. Quando há furto de objetos, aplica-se também o artigo 155 do Código Penal. Já o vilipêndio de cadáver, previsto no artigo 212, pode ocorrer em situações de maior gravidade.
Os cemitérios são locais sagrados de homenagem. Protegê-los é um dever coletivo, que reflete o respeito pela vida, pela história e pela memória dos que já se foram. (fonte)
Uma cópia de Plants vs. Zombies: Replanted para PC foi concedida pela PopCap/EA para análise no Recanto do Dragão.










