Em 1958, a comunicação no mundo era muito diferente do que é hoje. Não existia os satélites, os celulares… A comunicação era realizada por rádio ou por meio de cabos submarinos, que eram “rompidos” quase sempre.
Em uma época com a guerra eminente, o que fazer? Foi aí então que a Força Área Americana, pediu a alguns cientistas norte americanos para que desenvolvessem um sistema de comunicação internacional. E nesse sistema constava o envio de milhões de agulhas ao espaço.
Ainda que os meios de comunicação fossem precários, já se sabia, por exemplo, que uma região no alto da atmosfera terrestre tem uma camada ionizada pela radiação ultravioleta do Sol, e as partículas ionizadas dessa região são capazes de refletir, refratar ou absorver ondas de rádio. Não se sabia ao certo se isso permitiria a realização de transmissão de rádio ou se interferiria nessas transmissões – a quantidade de ionização poderia variar.
Essa variação poderia ocorrer devido ao recebimento de labaredas solares, por exemplo, o que era inaceitável para alguns chefes militares. Eles queriam fazer algo para combater essas interferências. Nasceu, então, o Projeto West Ford, nomeado em homenagem à cidade de Westford, em Massachusetts.
A ideia era enviar 480 milhões de agulhas ao espaço, entretanto não funcionou da maneira correta na primeira tentativa em 1961, já que as agulhas não se espalharam no espaço. Em 1963 a Força Área Norte Americana lançou mais 350 milhões de agulhas de cobre no espaço. Mesmo a resposta não ter sido muito animadora, houve resultados interessantes.
O problema que o resultado não era apoiado entre a maioria dos astrônomos, soviéticos aliados e militares norte-americanos, já que o cinturão de agulhas no espaço poderia interferir nas observações. Com isso foi projetado para que as agulhas ficassem em órbita por no máximo 5 anos.
A maior indignação dos que contestavam os rumos do projeto estava relacionada com o fato de que o espaço sobre a Terra não pertence a nenhuma nação, e os EUA queriam, simplesmente, dominar esse espaço.
Ainda assim, algum tempo depois, mais um lançamento foi feito, mas a criação do sistema de comunicações via satélite, em 1966, tornou a ideia das agulhas extremamente obsoleta, imatura e esquecida. Aos poucos, ninguém mais falava de West Ford.
A Guerra Fira acabou, e quase ninguém conhece esse projeto, e ainda assim existem agulhas em órbita no espaço, apesar de que a maioria provavelmente caiu no Ártico (Se for para lá, tente achar uma dessas agulhas!)
E o mais interessante de tudo isso, foi que por causa dessa história foi inspirado um acordo conhecido como o Tratado do Espaço Exterior, feito em 1967, que prevê a proteção contra a militarização e a degradação do espaço sideral, considerando que nenhum país pode requerer a posse do espaço ou de qualquer corpo celeste. (Só porque eu queria comprar um pedaço da Lua).
E você, o que acha dessa história, os EUA realmente queriam dominar o espaço, ou somente queriam fazer uma nova forma de comunicação?
Via Mega Curioso, Wired