Esfera de raio, um fenômeno na qual um orbe de luz brilhante que persiste por segundos após a queda de um raio, é um dos mais duradouros mistérios atmosféricos na ciência. Relatos desde a antiga Grécia de sua aparição – um rumor de que uma esfera de raio teria matado um cientista no século 18 chamado Georg Wilhelm Richmann – recria-la sinteticamente se tornou uma façanha difícil, alcançada somente por pouquíssimos grupos de pesquisadores depois de Nikola Tesla conseguir pela primeira vez manifestar cargas esféricas em um laboratório em 1904.
Desde então, pouco progresso tem sido feito para concretizar a teoria da estranha e quase mística esfera de raio da natureza. Contudo um grupo de cientistas Chineses em 2012 conseguiram, completamente por acidente, não apenas observar e registrar uma instancia da mesma em Qinghai no oeste da China, mas medir o conteúdo do orbe com espectrógrafos. Marcando assim a primeira vez que tal fenômeno foi captado na natureza.
Enquanto os registros de avistamentos da esfera de raio são numerosos através da história e prevalecem agora no youtube, o uso de espectrografos faz dessa instancia uma conquista a ser contada, e digna de uma publicação no jornal Physical Review Letters.
Uma das maiores teorias fundamentada referente à esfera de raios, proposto por John Abrahamson e James Dinniss da Universidade de Canterbury, em Christchurch, Nova Zelândia, é que o fenômeno é causado pela queda de um raio no solo e transformando seu composto químico em vapor. Esse vapor então se condensa em uma esfera de aerosol flutuante que brilha com o calor dos elementos do solo misturados com o oxigênio. Graças às leituras do espectrógrafo, está teoria, formada no ano de 2000, agora aparenta ser mais plausível.
Os cientistas — Jianyong Cen, Ping Yuan, e Simin Xue – estavam observando uma tempestade quando uma esfera de raio de 5 metros de largura que durou em torno de 1,6 segundos, apareceu diante de seus olhos. Eles imediatamente levaram seu equipamento, que consistia em uma câmera equipada com um espectrógrafo, de volta para o laboratório onde a equipe descobriu que o orbe continha os mesmo elementos encontrados predominantemente no solo: silício, ferro e cálcio. “A análise espectral indica que a radiação dos elementos do solo é inteiramente predominante no tempo de duração da esfera de raio” concluiu o relatório da equipe. O vídeo de registro da ocorrência não foi liberado até o momento.
Quando abordado pela New Scientist em relação às descobertas Abrahamson diz “Aqui está uma observação na qual possui toda a marca da nossa teoria. Isto é como pó de ouro na medida em que segue a confirmação.”
As evidencias não são inteiramente conclusivas em relação à teoria da esfera de raios da natureza e não há evidencias de que a teoria de Abrahamson é aplicada universalmente. Por exemplo, não explica como a esfera pode atravessar ambientes fechados como dentro das casas das pessoas ou dentro de um cokpit de um avião, como foi o caso do avião de carga C133A indo de California para o Havaí na qual uma instância de esfera de raio passou através do cockpit durante o voo. Nem se adere ao que causa um estrondo na qual muitos dizem ser típico na evaporação do orbe.
Ainda assim, a descoberta traz validação a ideia da misteriosa esfera de raio da natureza poder, em alguns casos, ser nada mais do que uma explicável e perfeitamente natural reação química entre a força da queda de um raio e o solo que nos sustenta.
Via CNET