Na edição desta semana da Sexta-Feira do Terror, trazemos um filme que fez bastante sucesso na internet brasileira ao final de 2020: Megan Is Missing, um filme de suspense e terror que aborda temas muito pesados, podendo traumatizar qualquer pessoa.
Vale dizer que esse texto terá alguns spoilers, que mesmo não sendo tão relevantes para a história podem estragar um pouco a primeira experiência.
Aviso: esse filme não é recomendado para todo mundo; inclusive, se você sofre de depressão, ansiedade, tem algum tipo de fobia relacionada a lugares fechados e escuros ou é sensível a imagens fortes e sons – NÃO ASSISTA MEGAN IS MISSING.
Agora, se você for assistir, não espere de fato um filme bem feito e com ótimas atuações “dignas de Oscar”. Na verdade, em certos quesitos, o filme poderia até aparecer no Framboesa de Ouro. Mas enfim, não estou aqui para criticar o filme, mas sim para mostrar o que de fato é um filme com momentos verdadeiramente intensos.
Uma história baseada em fatos reais
Como quase todo bom filme de terror, Megan is Missing é baseado em fatos reais. A história conta como duas amigas adolescentes acabaram sendo sequestradas por um estuprador nos Estados Unidos. Sim, isso infelizmente aconteceu na vida real.
Além de saber que o filme é baseado na realidade, a direção fez questão de passar a sensação de que nós estamos vendo “imagens reais” porque, assim como Bruxa de Blair, o filme não possui um “câmera”: nós acompanhamos o filme pela câmera de uma das meninas principais (parecido com Cloverfield) e pelas câmeras dos notebooks das meninas (assim como no filme Host), no qual elas faziam chamadas de vídeos e, por lá, Megan conhece o homem que a sequestra.
Para quem não conhece, o nome desse gênero cinematográfico é “found footage”, que também já comentamos sobre na nossa análise de Resident Evil 7: Biohazard. O filme também pode ser categorizado como “pseudo-documentário”.
O pesadelo da internet
Como eu disse anteriormente, uma das maneiras que a história é contada é por meio das chamadas de vídeo realizadas no Skype, que trazem uma sensação de vulnerabilidade constante durante a execução do filme, além da sensação final que acaba sendo a vontade de ficar longe das redes sociais por muito tempo.
Uma curiosidade que vale ser considerada: o filme ganhou bastante repercussão no fim do ano passado, até que a atriz principal (Amber Perkins) avisou Michael Goi, que por sua vez postou no Tik Tok uma mensagem alertando que o filme é “extremamente pesado” e que há dois momentos no qual as pessoas deviam parar de olhar pra tela por causa das imagens fortes.
“Eu não tive a oportunidade de dar o alerta que eu geralmente dou para as pessoas antes de assistirem ‘Megan Is Missing’, que é: não veja no meio da noite, não veja sozinho, e se as palavras “Foto Número 1″ aparecerem na tela, você tem aproximadamente quatro segundos para parar o filme se já estiver assustado, antes de começar a ver coisas que muitos não gostariam de ver”, explicou o diretor.
O design de som agonizante e asqueroso
Em muitos momentos, principalmente durante uma das cenas mais pesadas do filme, é o uso do sound design com eficácia surpreendente (tendo em vista os outros pontos e qualidades do filme). Barulhos sonoros humanos como o som do mastigar e gemidos nada ligados a prazer são frequentemente presentes em cenas angustiantes na película.
Cenas de estupro e cadáveres
É, o filme possui uma cena de estupro que, na minha opinião, é bem pesada/sentimental. Eu vou contextualizar para você que não quer ver o filme mas quer entender a cena (há spoilers importantes nas próximas linhas).
Basicamente, uma das meninas é oposta à outra: a amiga da Megan é carismática, fofa e virgem (ponto importante que precisa ser levado em conta). Basicamente, depois que Megan é dada como desaparecida, a amiga também é raptada, e é a partir daí que vemos as cenas “ruins” do filme.
Lembra que eu falei que ela era virgem? Pois é, em certo momento a câmera é colocada em cima de uma mesa na qual o estuprador joga a menina e começa a fazer sexo contra a vontade dela. Enquanto isso, o foco da câmera é inteiramente no rosto da atriz, mostrando toda a dor que a personagem estava sentindo.
Dou destaque ao design de áudio que, sem ficar se apoiando em músicas, conta somente com o som do sexo e grunhidos, como dito anteriormente, nem um pouco ligados ao prazer sexual.
Caso você, mesmo após ler esse texto, tenha ficado interessado em assistir Megan is Missing, ele está disponível gratuitamente no Youtube.