Digo com tranquilidade que Alan Wake‘s American Nightmare é uma das piores experiências que tive com jogos presentes no serviço de assinatura do Game Pass.
Apresentando uma história cansativa e sem nenhum rumo ou ponto inicial relevante, o roteiro parece ter saído de um sonho alucinógeno de um adolescente que pegou no sono logo depois de ter chegado da balada (sem nem ter tomado banho antes de partir para sua querida e amada cama).
Com esses aspectos, meu objetivo nesse texto é te poupar de ficar quase quatro horas seguidas na frente do seu monitor controlando o protagonista, um escritor baseado em Stephen King, na sua dura e árdua batalha (nota-se um belo tom de ironia nesses adjetivos) contra inimigos das sombras.
A repetitiva, cansativa, e previsível jogabilidade
Seguindo a linha do primeiro Alan Wake, o papel do jogador continua bem parecido: encontrar os manuscritos perdidos enquanto derrota seres sobrenaturais que pertencem à escuridão, lembrando que o primeiro jogo consegue ser muito divertido e ter uma história excelente que segue essa mesma premissa.
Mas é óbvio que no caso de American Nightmare, isso não acontece com a mesma perfeição do primeiro título da série lançada pela Remedy há mais de dez anos.
Digo por experiência própria que jogos desta empresa não são feitos para o público em geral. Na verdade, são bem nichados para amantes de leitura (como em Control, onde todo o roteiro pode ser melhor explicado a partir da leitura de centenas de documentos encontrados no mapa, e onde a protagonista narra seus pensamentos como num livro) e para players que estão abertos à experiências novas e não convencionais.
E esta carta, que já é correspondente de games que levam o nome da companhia, veio à tona no Alan Wake’s American Nightmare, já que o jogo se passa em um sonho “real” do Alan pouco tempo antes dos eventos que acontecem no primeiro jogo.
Porém, desta vez, controlamos o personagem (que marcou uma geração de jogos de survival horror) em alguns lugares do Arizona que se repetem à medida que o jogo “acaba”.
O fim é o começo… Pelo menos era essa a premissa
Ao todo, esta sequência apresenta quatro curtas fases que te levam a lugares distintos do Arizona com o único objetivo de enfrentar as forças das sombras e garantir que a luz volte à cidade (o que é executado mais como um roteiro de um filme de Sessão da Tarde do que qualquer outra coisa).
Só que, como eu já disse, quando você termina a quarta fase, Alan volta para a primeira como se estivesse presenciando um loop temporal infinito dentro de um pesadelo (que não fica claro se de fato é um pesadelo ou algo real).
E assim, o jogo fica extremamente chato, repetitivo e sem pé nem cabeça. Ao mesmo tempo que temos que fazer os mesmos objetivos das jogatinas anteriores, temos que lidar com os mesmos inimigos e cenários, o que é irritante e só coloca em evidência os pontos negativos do jogo.
Além disso, controles que demonstram uma imprecisão enorme, câmeras travando em diversos lugares apertados, bugs de teletransportes, inimigos fáceis demais, enfim, sabe todas as falhas imagináveis que um jogo AAA moderno pode ter? Pois é, este game possui todos.
O único ponto positivo de Alan Wake’s American Nightmare é…
Seu modo arcade, que garante alguns momentos desafiadores diante de rounds de inimigos sombrios tentando cortar sua artéria da maneira mais tenebrosa possível (interprete “tenebrosa” da maneira que preferir).
É difícil acreditar que esse jogo é totalmente dependente desse modo para que sua vida útil seja prolongada. Mesmo assim, essa mecânica não garantiu bons frutos ao game no Metacritic (nota média de 76, de um total de 15 críticas).
Confesso que a nota foi superior ao que eu imaginei, talvez por se tratar de um prequel ou por simplesmente ser uma obra que coloque o player novamente no papel do escritor de romance aterrorizante.
Desta maneira, garanto que Alan Wake’s American Nightmare é uma péssima experiência encontrada dentro do catálogo do Game Pass e que você não deveria gastar horas da sua gloriosa e curta vida experimentando-o.