Festival Jogatório 2023 | Que Jogos Recomendamos?

Este ano, graças aos esforços da Firma Gamedev, tivemos o “Festival Jogatório” no Sesc 24 de Maio, um evento aberto ao público voltado à exposição de artistas independentes (artistas visuais, game designers e produtores de jogos de tabuleiros, dentre outros).

Assim como fiz no meu último texto, pretendo falar sobre alguns jogos que achei interessantes durante os dois dias de festival. Vou separar esse texto em duas metades: a primeira onde falo sobre jogos que que tem suas demos disponíveis no momento, e na segunda metade vou deixar os que não tem demo disponível ou que já estão à venda.

Além do mais, deixo aqui o nosso perfil do Instagram onde estaremos publicando as fotos tiradas no festival em breve. Não perca!

Raider Kid and Ruby Chest

Raider Kid and the Ruby Chest é um gameboy-like desenvolvido pela Cacareco Games. O jogo conta a história de Alex, um garoto que durante uma tediosa excursão com seu pai ouve uma voz lhe chamando para descobrir os verdadeiros segredos daquela ruína.

A gameplay é simples: você anda para os lados, pula, bate com um chicotinho ala indiana jones e usa uma marreta para interagir com o cenário ou dar mais dano nos inimigos. O jogo é extremamente charmoso, mas, eu sou suspeito para falar sobre já que assumidamente amo a estética gameboy.

O jogo tem uma demo disponível no Itch.io, pode ser colocado na wishlist da Steam e segue ainda sem previsão de lançamento, apesar de estar na reta final de desenvolvimento.

Ghetto Zombies

Ghetto Zombies é um top-down shooter aos moldes de “Zombies Ate My Neighbor” desenvolvido pela Fogo Games. O jogo conta a história de um apocalipse zumbi em uma cidade não especificada, onde o vírus se espalhou pela água contaminada. Porém, como a quebrada da Vila Fundinho se encontrava sem água naquele dia (como era de costume) a comunidade acabou se tornando uma resistência contra a epidemia de mortos-vivos.

Você joga com o esquadrão Ghetto Z, um esquadrão de elite formado para combater zumbis e descobrir qual foi a origem do apocalipse.

A gameplay é exatamente o que se espera dessa releitura dos clássicos de Super Nintendo, você anda pelo mapa massacrando inúmeros zumbis com diversas armas e habilidades específicas de cada personagem jogável. O jogo traz uma estética muito gostosa de se ver, com cenários super fiéis às quebradas de São Paulo e uma trilha sonora condizente de chiptune misturando diversos elementos do cenário musical atual.

O jogo atualmente tem uma demo disponível no Itch.io (não tão polida quanto a do festival) e segue sem estimativa para a data de lançamento.

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Travis’ Coward Combustion

Já aproveitando para tirar meu ego do caminho e falar sobre o jogo que expus durante o festival: Travis’ Coward Combustion é um action-platformer sendo desenvolvido pela Punk Puppy Studios. O jogo acompanha o pior dia da vida de Travis Dochira, um otaku fracassado que ao ser possuído por Sol, o wisp mais megalomaníaco de todos, é usado de marionete em uma jornada de alvoroço e destruição.

Atualmente o jogo tem uma demo disponível no Itch.io, que inclui a seção introdutória do jogo (tutorial, primeira fase e primeiro boss), e segue sem data de lançamento definida.

I Was Lost

I Was Lost é um jogo de puzzle desenvolvido pela CH3 Collective. O jogo não necessariamente segue uma narrativa linear, uma vez que suas várias historietas são apresentadas através de cada um dos quebra-cabeças.

A gameplay funciona com um misto de labirintos e montagem de narrativas específicas para cada fase. Toda fase começa com o jogador controlando uma bolinha que precisa chegar em um ponto do mapa e uma frase apresentada à direita da tela; a questão é que cada espaço onde você pode se movimentar representa uma letra dessa frase, porém ao fazer isso você pode acabar desmontando essa frase.

Não é estritamente necessário estar com a frase completa para poder finalizar cada capítulo, mas a graça do jogo é justamente descobrir como balancear esses dois aspectos do jogo (chegar onde precisa enquanto se mantém a frase intacta ao decorrer do caminho).

O jogo está com uma demo disponível na Steam e segue sem data de lançamento por enquanto.

Astro Pig

Astro Pig é um puzzle-platformer desenvolvido pelo Garoa Studios. O jogo acompanha as aventuras de Byuk, um porquinho cadete espacial que está viajando em uma missão secreta em busca de alguma coisa.

A gameplay do jogo se divide em três partes:

  • Dentro da Nave
    • Aqui você pode relaxar, jogar um minigame estranhamente similar à gameplay principal e decidir qual planeta/quadrante será seu próximo destino
  • Zonas Seguras (Safe Zones)
    • Esses são pequenos conjuntos de planetas onde você pode pular sem se preocupar com a gravidade te jogar para os confins do espaço, conversar com NPCs e ir para as zonas perigosas
  • Zonas Perigosas (Danger Zones)
    • Essa é a gameplay principal do jogo, são sequências de desafios onde você deve cruzar do chão onde você se encontra até o portal que te levará para o próximo puzzle. Cada pulo nestas zonas deve ser pensado, pois o chão não tem força gravitacional o suficiente para te puxar de volta e você pode acabar flutuando sozinha nos confins do espaço.

A parte principal da gameplay é bem divertida e variada, existe uma progressão de desafio bem equilibrada que te dá tempo o suficiente para se acostumar com cada mecânica apresentada. Fora que toda a estética do jogo é super agradável o que torna a possível frustração com os puzzles a mais mínima possível. 

A demo de Astro Pig está disponível na Steam e segue com previsão de lançamento para este ano ainda!

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Astrea: Six-Sided Oracles

Astrea: Six-Sided Oracles é um “deck-building de dados” desenvolvido pelo estúdio Little Leo Games e publicado pela Akupara Games. O jogo conta a história dos “Oráculos de Seis-Faces”, descendentes de famílias que foram presenteados com “Astrários” pela estrela de Astrea, após o cataclisma da “Aurora Carmesim” resta somente à eles combater a corrupção que vem tomando os planetas onde residem.

Toda run do jogo consiste em você escolher qual trilha de caminho seguir, escolhendo entre batalhar, coletar recompensas, passar em lojas ou receber bênçãos para buffar sua run. As batalhas são super divertidas já que, por se tratar de um “deck de dados”, existe um elemento de aleatoriedade muito grande, fazendo com o que fosse uma carta normalmente sejam múltiplas possíveis cartas, além do fato de que cada personagem jogável não só tem habilidades exclusivas como também tem dados exclusivos.

O jogo tem sua demo disponível atualmente na Steam e está marcado para ser lançado ainda em 2023! Então se você se interessou já fica esperto, pois o jogo se encontra na reta final de seu desenvolvimento.

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Moth Kubit

Moth Kubit é um RPG corporativo de inseto desenvolvido pela Helena Creative Studios e publicado pela Astrolabe Games. O jogo acompanha a jornada de Moth Kubit, o melhor carimbador simplificado do seu setor, que acaba de ser promovido a auxiliar universal.

A gameplay é bem aos moldes do gênero RPG Maker, você anda pelo mapa, interage com o cenário e personagens, resolve puzzles e segue de setor em setor da empresa. A escrita é genial, tragicômica e empática para qualquer um que já botou seus pés no mundo corporativo, fazendo assim com que cada diálogo tenha um charme inestimável.

O jogo está disponível na Steam e segue sem data de lançamento.

Mr. Wings

Mr. Wings é um action platformer 3D desenvolvido pela LinearHaru. O jogo acompanha a jornada de Sr. Céus, um coelho a caminho dos aposentos do rei em busca de realizar seu desejo.

A gameplay lembra um pouco os primeiros jogos de Rayman com aquela perspectiva atrás das costas, com a maior diferença sendo que em Mr. Wings opta por ter um combate mais focado no corpo a corpo (pelo menos na build atual), exigindo paciência e concentração para ser dominado. A atmosfera do jogo é maravilhosa devido a toda a construção de cenário e jogo de som feitos pela própria dev.

No momento Mr. Wings tem uma demo protótipo (esclarecimento a pedido da própria dev: um protótipo de tcc reprovado) disponível no Itch.io ainda sem previsões para uma grande atualização além do mostrado festival, mas, ainda assim é uma experiência que vale a pena se ter.

Pain Loop

Pain Loop é um jogo de terror top-down desenvolvido pela Platonic Playhouse. De acordo com a página do Itch.io, o jogo conta a história de uma menina de seis anos que após presenciar a morte de seu irmão mais velho passa a sofrer com pesadelos recorrentes envolvendo seu quarto.

A gameplay é bem simples, você se move livremente pelo mapa resolvendo puzzles e fugindo de uma criatura horrenda que vaga pelas salas do mapa te perseguindo, no momento que você é visto pela criatura o único jeito de efetivamente despista-la é se escondendo em um dos vários armários espalhados por aí. O jogo a princípio foi feito para a CTRL ALT Jam #2, então ele se encontra em um estado onde o que está presente é mais o núcleo principal da ideia do jogo no lugar de uma experiência mais extensa e polida, entretanto, ainda acho interessante dar uma chance pela estética forte que o jogo carrega.

No momento Pain Loop tem uma demo disponível no Itch.io e segue sem data de lançamento ou notícias sobre uma futura versão.

Menções Honrosas

Antes de seguir com as “menções honrosas” como batizei aqui, acho interessante esclarecer o que é seção do texto. A separação não foi na ideia de separar jogos que eu achava mais interessantes ou mais dignos do festival antes de outros que eu não achava, mas sim de separar os jogos que eu pude jogar novamente e que também estivessem com fácil acesso para que as demos pudessem ser jogadas após o festival. Até porque alguns jogos dessa lista eu apenas joguei um pouco durante o evento ou nem tive a oportunidade de jogar (devido ao fato de que estava muito ocupado cuidando da minha própria mesa), mas ainda assim são jogos que me cativaram e que quis falar neste texto do Festival Jogatório.

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The Posthumous Investigation

The Posthumous Investigation é um adventure game desenvolvido pela Mother Gaia Studio. O jogo acompanha um detetive preso em um loop temporal investigando o misterioso assasinato de Brás Cubas.

A gameplay é bem reminiscente dos adventures games investigativos vide Tangle Tower, você anda pelo mapa coletando pistas e itens, apresenta eles para outros personagens e vai juntando as peças do grande quebra-cabeça que envolve este misterioso assasinato. A estética é puxada para filmes noir, o que traz uma escrita bem sóbria para combinar com os visuais monocromáticos do jogo.

Atualmente o jogo não tem nenhuma demo disponível na internet e segue sem previsão de lançamento, mas, já tem uma página Steam onde você pode colocar na sua wishlist.

Cat Leather Jackets

Cat Leather Jackets é uma visual-novel e jogo de ritmo também apresentado no festival pelo Garoa Studios. O jogo acompanha Priya, uma baixista adolescente e seus amigos em uma história sobre adolescência, bandas independentes, relacionamentos familiares, coaches de música trambiqueiros e muito mais.

A gameplay é dividida em duas partes: As seções de visual novel onde você acompanha o desenrolar da história e as interações de Priya com o mundo, e as seções de ritmo onde Priya precisa mostrar ao que veio. A estética do jogo realmente soa como algo independente, com seus cenários de fotos saturadas e levemente editadas e pela própria questão de como os personagens realmente só interagem entre si como se fossem pessoas ao invés de estarem seguindo uma grande história.

O jogo ainda não tem uma demo disponível na internet e segue sem previsão de lançamento, porém também uma página na Steam para poder ser colocado em sua wishlist.

Takara Cards

Takara Cards é um RPG Tático com elementos de deck building desenvolvido pela Port Mortem Pixels. O jogo acompanha esta galáxia que teve seus meios de produção de combustível roubados pelos Dragões, acompanhando a história de um cadete (criado por você mesmo) em busca de restaurar o equilíbrio desta galáxia.

A gameplay de Takara Cards é realmente bem mais puxada para a de um RPG: você começa o jogo escolhendo como vai ser o seu personagem jogável (escolhendo a raça dele, a aparência entre algumas ilustrações pré-determinadas e sua reputação que determina seu karma inicial) e logo em seguida você já é jogado na sua jornada em caçar os dragões de determinados setores da galáxia, sobre o combate, ele ocorre em um tabuleiro 3×3 onde você deve usar sua nave para derrotar os inimigos ao seu redor, coletar mana ou outros restos de parte e desviar detritos de asteróides. O elemento de deck building serve para determinar as ações que sua nave pode tomar naquele turno (lembrando muito as opções de um RPG mesmo, mas com o elemento de aleatoriedade que só um baralho pode trazer).

O jogo se encontra em early access na Steam!

Awakening Sarah

Awakening Sarah é um side-scroller de exploração e continuação de Dreaming Sarah desenvolvido pelo Asteristic Game Studio. O jogo conta a história de Sarah depois de acordar do coma, contando com novas explorações da psique da personagem.

O jogo continua bem aos moldes do primeiro: você anda pelas vastas regiões oníricas de Sarah encontrando NPCs excêntricos e resolvendo seus problemas pontuais. A atmosfera do jogo, arte e diálogos continuam uma bomba de sensações e uma experiência certamente única.

O jogo tem uma demo disponível no Itch.io, mas é certamente datada em comparação com a mostrada no festival; entretanto, no site da Asteristic, é possível se juntar na newsletter para ficar antenado e já ser contatado quando a nova demo for postada!

Fi da Puti Samurai

Fi da Puti Samurai é um boomer shooter desenvolvido por Zanardi&Liza. O jogo acompanha uma mulher e suas desventuras em uma área repleta de garotas de anime curvilíneas prestes a te aniquilar em uma área que não deveria existir em sua simulação aconchegante de uma cabana em meio a neve.

A gameplay do jogo é extremamente característica ao gênero, você tem um ataque melee próprio (um chute) e todo o resto são armas coletáveis que variam entre pistolas, marretas, mísseis e o que mais lhe for necessário para poder fazer o mais estrago possível em essa realidade digital. O jogo é uma sátira clara aos mods pornográficos de doom e ele brinca bastante com isso para expandir o máximo possível dentro da estética “anime ahegao uwu”, tanto que chega em território quase que psicodélico em certos pontos. É claramente um dos casos onde o jogo quer que você abrace o absurdismo dele e honestamente? A gameplay ajuda MUITO a dar este abraço.

O jogo já se encontra em early access na Steam!

Teleforum

Sendo bem sincero, eu deixei Teleforum por último justamente porque ele foi um dos poucos jogos que eu não pude jogar durante o festival (até porque o jogo ficava na outra extremidade do festival em comparação com onde eu estava). Só que vendo a gameplay de longe nos poucos momentos que passava por ele, lendo sobre e vendo na net, simplesmente não consigo não falar sobre ele, então vamos lá para essa indicação puramente baseada no achismo.

Teleforum é um jogo de terror point-n-click desenvolvido pela Monumental Collab. O jogo segue a estética de VHS found-footage contando a história de um cameraman conduzindo uma entrevista à recém viúva de Walter Martins, o jornalista que tirou sua própria vida em plena transmissão de seu programa “TELEFORUM”.

O jogo atualmente não tem nenhuma demo pública na internet e nem data de lançamento, mas, já está aberto para ser colocado em sua wishlist na Steam!