Aniversário de 74 anos do Stephen King – O diferencial do mestre do terror

A edição desta semana da sexta-feira do terror é um pouco diferente: no último dia 21 de setembro, o mestre do terror, Stephen King, concluiu seu 74° ano de vida. Devido à isso, realizamos uma lista que explica alguns porquês de suas obras serem tão aclamadas e prestigiadas por todo o mundo.

Construção de personagens

Stephen King
Pennywise em cena do filme “It 2”

Esse é um dos pontos mais únicos em suas obras literárias, contos e filmes: Stephen King, como chamamos de “o rei do terror“, elaborou, desde seus primeiros livros, uma maneira quase que única de criação de personagens.

Ao contrário de muitos outros escritores, King toma cuidado com a apresentação de cada personagem que aparece em suas obras, mostrando faces deles que vão além do que normalmente já vemos em outras obras, como descrições de amizades, inseguranças e até elementos do passado que contribuem para que o leitor entre 100% na pele do personagem e compreenda suas ações e motivações como pessoa (seja ela “boa” ou “má”).

Isso faz com que na hora dos confrontos você saiba exatamente o que aquele personagem está sentindo, o que pretende fazer e o que ele não pode fazer, além de entender a dor e o significado de possíveis mortes e como cada personagem interpretaria as situações mostradas pra gente.

Esse ponto é tão bem trabalhado por King que, por exemplo, no seu livro mais vendido – It, a coisa, o ser fantasmagórico no formato de palhaço só aparece na metade do livro, sendo que há mais de 1000 páginas a serem lidas na obra. Ou seja, até a página 500, o livro é quase que puramente uma construção das personalidades.

Construção do terror

Cena do filme “Cujo”

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Esse ponto anda de mãos dadas com o anterior: a construção do “terror” de King é um diferencial marcante nos seus livros. Ao ler suas obras, temos o prazer de acompanhar como o inimigo da trama é construído, sendo mostrado com uma leveza absurda no exemplo do livro “Cujo”, em que o inimigo da narrativa é meramente um cachorro com raiva.

Na obra citada, ao longo de quase 100 páginas, o foco da obra literária é a construção de personagens lado a lado com a construção do terror (que nesse caso é evocado pela presença do tal cachorro maldito). Então, o que parecia apenas um São Bernardo babão que não fazia mal a ninguém, se torna um verdadeiro psicopata de quatro patas com o único objetivo de matar tudo que se mexe, e ler essa sutil, mas agressiva transformação, é uma experiência única.

O autor até mesmo mostra o que o cachorro está “pensando” em certos momentos, para aumentar mais ainda nossa intimidade com o personagem e, por sua vez, fazer com que o leitor se imerja na narrativa.

O terror nem sempre é usual

Cena do filme “O Iluminado”

E por último, mas não menos importante, outro ponto que faz as obras de Stephen King se destacarem tanto do que normalmente vemos é que nem sempre o gênero terror fala sobre fantasmas ou assombrações.

Os inimigos de suas ficções vão de um cemitério indígena capaz de ressuscitar animais (o Cemitério Maldito) até a mente psicodélica de um escritor alcoólatra (O Iluminado).

Realmente as obras do aniversariante dessa semana são únicas e extraordinariamente fascinantes, com certeza sendo responsável por moldar meu gosto por livros e me fascinando por esse vasto gênero que chamamos de terror.