Você já se perguntou por onde começar Fullmetal Alchemist? Se não, um dia provavelmente vai, e as respostas serão bastante simples. Seria, simplesmente, “assiste o Brotherhood”. Como uma nerd de Fullmetal Alchemist, eu preciso discordar, e oferecer a vocês minha própria versão da resposta para a pergunta “por onde começar Fullmetal Alchemist”. Mas, antes…
Março é o mês da mulher no Recanto do Dragão, e para comemorar tivemos alguns bons textos dedicados a mulheres e seus trabalhos. Eu tinha mais planos diversos para isso! Mas, por um motivo ou outro, acabaram não saindo do papel. Até mesmo alguns deles tinham relação com Fullmetal Alchemist, mas acabaram sendo um pouco demais para executar a tempo.

Dito isso, Hiromu Arakawa, a autora do mangá, é provavelmente a mulher mais influente na minha vida depois da minha mãezinha, e justamente por isso, não poderia deixar de mencioná-la mais uma vez no mês dedicado a ela. Conheci Fullmetal Alchemist aos três anos de idade e, além de um vínculo inquebrável com meu irmão, foi uma história que me acompanhou por toda minha vida. Já falei sobre isso em alguns textos! Bem, justamente por isso, achei que seria legal como uma homenagem escrever meu próprio guia para a obra. E com “guia” eu não digo algo definitivo que você deve seguir. Na verdade, esse texto surgiu da minha experiência com a franquia que pouquíssimas pessoas compartilham.
Enquanto todas as recomendações se limitam a uma coisa ou outra de Fullmetal, eu gostaria de oferecer um lado único. Um lado passional, de alguém que tem Fullmetal Alchemist como obra favorita no mundo porque conheço ela há quase tanto tempo quanto sei respirar!

E, se for para homenagear a minha mãe Arakawa no mês da mulher, qualquer coisa tá valendo. Sem mais delongas, esse é meu guia excessivamente nerd para Fullmetal Alchemist.
Os Três Passos
Antes de seguir para a parte mais obscura, é importante começarmos pela obra original. É claro que o guia começa com isso, por que não começaria?
Existem três grandes maneiras de conhecer Fullmetal Alchemist, e cada uma possui seus altos e baixos. A mais óbvia é o mangá, com a visão direta da Hiromu. É o trabalho de amor dela e do início ao fim é uma experiência absurda! Não tem erro com o mangá, é onde tudo começou, e muitas coisas só estão aqui no mangá, desde os 4komas engraçadinhos, a estética estilizada da Arakawa e mesmo alguns bits de história que não seguiram para outras revisões.

O mangá está disponível no Brasil em duas diferentes edições, que são o mesmo mangá, mas a mais recente acaba sendo mais em conta pra mim. As páginas tem mais qualidade e tem menos volumes em quantidade pois os capítulos são espalhados melhor por cada livro. No momento estou colecionando essa versão! Mas pretendo ter ambas futuramente.
Em 2003, logo no início da serialização do mangá, a Bones começou a primeira adaptação animada de Fullmetal Alchemist. O início do anime é bastante similar ao mangá, mas logo acaba ultrapassando os capítulos e precisa fugir para uma história completamente única. Ainda assim, o enredo de 2003 já era bastante original desde o começo!

Para aqueles que querem uma experiência mais parecida com o mangá em animação, o 2003 não é ideal. É uma reinterpretação interessante do universo da Arakawa, uma que eu adoro, mas não é a mesma obra. Enquanto Fullmetal tem escrita séria, essa adaptação toma um rumo mais pesado. É uma história bastante agressiva, realista e humana, e ainda que o mangá tenha alguns desses adjetivos, as perspectivas de escrita são bem diferentes.
Ainda assim, não recomendo iniciar por 2003, mas se quiser, vá em frente! Eu comecei com ele quando tinha três anos, um pouco nova demais pro enredo dele, mas foi uma ótima experiência. No entanto, caso queira algo bem mais próximo do mangá…

Brotherhood, de 2009, é a segunda adaptação em anime do mangá, dessa vez seguindo sua história fielmente. Apesar de possuir algumas diferenças, todas elas são categoricamente pequenas. As mensagens, desenvolvimento e universo são os mesmos, terminando da mesma forma também. Esse é o anime que a maioria das pessoas assistiu, e realmente vale a pena! Apenas saibam que os primeiros quatro episódios são apressados, pois a Bones já havia adaptado essa parte da história com muita qualidade no 2003. A nova direção, em todo seu esplendor, começa no episódio 5! Mas não pule os primeiros quatro, por favor. São importantes.

Existem dois episódios únicos no Brotherhood, talvez considerados filler, mas essa é uma palavra que os fãs de Fullmetal Alchemist precisam aprender a ignorar. Arakawa gosta muito dos fillers! Então assistam também.
Uma mudança mais sutil é no estilo visual de Brotherhood que, apesar de se inspirar na mesma estética do mangá, não possui as liberdades criativas de design que Arakawa emprega na sua obra. É uma parte única do mangá que foi esquecida em ambas as adaptações!

Dois filmes animados também foram feitos para as adaptações, e não darei minha opinião sobre. Essa não é uma análise e sim um guia! Eu assistiria se fosse vocês, todos tem direito a ter sua própria opinião sobre. Ao meu ver: mais Fullmetal Alchemist costuma ser bom pra mim.
Em resumo, escolha o que mais te atrai, mas minha recomendação pessoal é o mangá. Lendo o mangá primeiro, qualquer animação é viável como próximo passo! Ainda assim, alguns preferem música e voice acting à voz dos seus próprios pensamentos lendo mangá, então sigam seu coração.

Os Desvios
Square Enix publicou uma série de seis light novels de Fullmetal Alchemist, escritas por Makoto Inoue e ilustradas pela própria Hiromu. Não li todas ainda, mas gosto bastante de A Terra da Areia! Fullmetal é uma ótima história para conteúdo secundário que não influencia a trama principal, e por isso acredito que qualquer um que se divertiu com o mangá ou com os animes iria amar as novels.
Algumas estão disponíveis no Brasil, e eu tenho A Terra da Areia fisicamente, mas é razoavelmente fácil encontrá-las em inglês também. Um dia gostaria de lançar uma playlist no YouTube de músicas para ouvir lendo o mangá ou as novels!

Na minha infância, uma das coisas que mais me ligaram a Fullmetal foram os videogames. É uma das partes mais legais da franquia! Alguns dos jogos são ótimos, outros nem tanto.
Especialmente recomendo os jogos de PS2, RPGs de ação bastante criativos. Todos os três possuem narrativas originais com muita interferência da Arakawa. Apesar do segundo começar seguindo o enredo do 2003, ele logo se separa em algo único. As músicas, dublagem, diálogos e gameplay são excelentes, sendo uma boa dose de Fullmetal Alchemist que poucos fãs da série experienciaram.

No entanto, apenas os dois primeiros foram traduzidos ao inglês, enquanto o terceiro só é acessível por um guia com script inglês encontrado no GameFAQs. Os jogos evoluem em gameplay e gráficos a cada jogo, então esse terceiro é uma ótima aventura para os poucos que jogaram Broken Angel e Crimson Elixir, e adoraria se um dia um patch de fã fosse feito para ele.
Falando em patch de fã, dois RPGs de turno foram lançados para o GBA, e ambos foram traduzidos por fãs dedicados. Temos um artigo sobre Stray Rondo aqui no Recanto, e um de Sonata of Memories logo o seguirá. O segundo é muito bom como RPG e como um jogo de FMA, mas o primeiro, nem tanto. Ao menos os personagens originais são bem legais!

Ainda tem mais alguns jogos: um beat ’em up de DS seguindo o plot de 2003, platform fighter de PS2 (em japonês), jogo de carta, um arena fighter de PSP, e mais alguns jogos que parecem incríveis mas são exclusivos do Japão. Também tinha um jogo mobile há pouco tempo, que foi descontinuado. Todos são experiências interessantes, mas a qualidade varia muito ou não são acessíveis sem entender a língua deles. Caso queiram tentar algum desses e não gostarem, não me culpem! Mas eu, pessoalmente, jogaria eles, como o fiz.

Os Complementos
Existem mais algumas mídias de Fullmetal Alchemist, como CD Dramas e a live action podre, mas minha recomendação pessoal é o Guia Completo para o mangá. Ou melhor, os três guias!
Parece contra-intuitivo recomendar um guia no meu guia, mas é diferente. O Guia Completo de Fullmetal Alchemist é como um livro de curiosidades! Apesar de falar da história e dos personagens, tem muitos easter eggs, concept arts, piadinhas, entrevistas, até mesmo aulas de alquimia! Todos foram traduzidos e trazidos ao Brasil, e eu tenho os três!

O Volume 1, herdado do meu irmão, é meu xodó desde a infância e eu cuido melhor dele do que cuido de mim. Li diversas vezes, desenhei no meu caderno os personagens usando ele de referência e até hoje abro pra ler um pouco por diversão. É muito interessante e eu queria que todo fã da série pudesse lê-los!
Sobre a live action, passe longe, mas se quiser MESMO, saiba que é em maior parte um grande cashgrab. Enquanto 2003 e os diversos jogos são interpretações diferentes, as live actions pouco se importam com o que Fullmetal Alchemist realmente é e são só mais dinheiro pra Warner Bros. Vai se foder, Warner Bros.!

O Fim
Sei que foi um texto mais curto do que o normal, mas é um assunto um pouco mais simples também. Se querem saber mais sobre Fullmetal Alchemist, tenho diversos textos aqui no Recanto falando sobre a obra e minha experiência com ela! Se quiserem conversar sobre comigo, estou sempre feliz pra ser um pouco mais autista sobre minha obra favorita no Bluesky (@rosiemymelody.bsky.social). No mais, obrigada pela leitura e boa noite!
