Monster Hunter Rise falha onde mais importa – Análise

Monster Hunter Rise

Escolher qual jogo comprar no Nintendo Switch para um brasileiro é uma tarefa bem difícil. Seus preços são muito altos no Brasil, algo que faz com que seja raro alguém dar uma chance a jogos que não conhece bem, diferente de outras plataformas como a Steam que apresenta preços menores para nosso país.

Mais difícil ainda é tentar apostar em uma franquia longa na qual você não sabe absolutamente nada sobre, e é aí que entra Monster Hunter Rise, o sexto jogo de sua franquia que surgiu no Japão em 2004 e que angariou diversas continuações e spin-offs. A franquia também se popularizou no Ocidente apenas com sua prequel, Monster Hunter: World, também conhecido como o jogo mais vendido de todos os tempos da sua desenvolvedora na Capcom.

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Eu pessoalmente não era familiarizado com a franquia antes de Rise, e só sabia duas coisas sobre ela: que aqui você mata monstros, e que os jogos eram enormes em conteúdo. Também ouvi de passagem algumas comparações ao estilo de jogabilidade metódico de jogos estilo Soulsborne. Isso me deixou interessado o suficiente para dar uma chance honesta ao jogo.

Monster Hunter Rise é um jogo de RPG de ação desenvolvido e publicado pela Capcom exclusivamente para Nintendo Switch. Segundo rumores e supostos vazamentos, o jogo também pode chegar aos PCs em 2022.

Monster Hunter Rise 1

A… história?

A história é quase inexistente. Inclusive, acredito que é mais apropriado usar a palavra “premissa” para descrevê-la. No jogo você é o mais novo caçador da vila de Kamura, que constantemente sofre ataques dos monstros da região. Após criar seu personagem, você começa a receber missões das irmãs gêmeas Hinoa e Minoto, uma oferecendo caças para se fazer sozinho e a outras para multijogador, respectivamente.

Depois desse começo você fica livre para fazer as primeiras missões do jogo e não se preocupar com mais nada da história. Existem algumas cutscenes a mais, mas elas são apenas ferramentas para o jogo aumentar a tensão para o seu chefe final, o monstro Magnamalo (que é o mesmo que aparece na capa de Rise).

Monster Hunter gatos
Os gatinhos de Monster Hunter Rise oferecem diálogos interessantes

Por não ter experiência com outros jogos da franquia, posso estar perdendo uma lore complexa, como é de se esperar de jogos do tipo, mas estou falando apenas do que o jogo apresenta diretamente ao jogador.

A falta de uma história que objetivamente se apresenta ao jogador não atrapalha a minha impressão do jogo; eu gostaria de ter conhecido mais de cada um de seus personagens, já que eles acabam não possuindo quase nenhuma personalidade além de algumas piadinhas que fazem ocasionalmente.

A escrita

O vilarejo inteiro de Kamura é um pouco seco nas interações com NPCs, mas considero ele um ótimo e prático hub principal para fazer os preparos pré-missão (que são extensos).

Kamura é dividido em três partes principais, uma onde você consegue comprar itens, mexer em seu equipamento, fazer e comer refeições e aceitar missões solo, uma que foca em missões multijogador e outra que foca na troca de recursos e em seus companheiros de luta (que são animais de estimação).

O estilo de escrita visto na vila e o comportamento de seus NPCs traz um ar calmo antes das missões aceleradas de Rise, mesmo sendo um pouco básico demais para desenvolver uma personalidade própria ao lugar.

Personagens de Monster Hunter Rise

Uma das coisas que mais me agradou como um detalhe foi a língua própria que o jogo apresenta. Existem três opções de dublagem em Monster Hunter Rise, que são japonês, inglês e “Monster Hunter Language“.

Esta língua lembra um pouco a falada no universo de The Sims, e funciona bem para criar um ambiente mais “exótico”. Mesmo com boa parte das inspirações visuais sendo japonesas em sua natureza, o mundo cheio de monstros enormes combina mais com essa língua inventada propriamente para o jogo e ajuda bastante a construir sua atmosfera.

A performance e direção de arte

A performance

Monster Hunter Rise é sem dúvida um dos mais bonitos disponíveis jogos no Nintendo Switch. Ele utiliza uma versão modificada da RE Engine, introduzida no lançamento de Resident Evil 7, que funciona de maneira impecável para oferecer 30 FPS constante com gráficos detalhados, além de contar com carregamentos curtos em mapas grandes.

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Jogando tanto com o Switch em seu dock quanto em seu meio portátil, Rise nunca caiu dos 30 FPS e eu senti poucas quedas de resolução abaixo da nativa do console, mesmo ao entrar em combate com diversos monstros enormes e outros pequenos correndo por aí.

Por isso, acredito que a parte técnica do jogo seja provavelmente o maior e mais impressionante feito de Monster Hunter Rise.

Os personagens e o mundo

Monster Hunter Rise estiliza muito todos os seus personagens, não portando exatamente um ar de inspiração em anime, mas sim de modelos de passarela. Os NPCs (e o seu personagem) carregam consigo rostos simétricos e brilhantes, de tão lisa que são suas peles. A única exceção disso é vista nos personagens mais velhos, como o Eremita Fugen, o ferreiro Hamon e o mestre da guilda Hojo, que são caracteristicamente enrugados e portam bordas mais definidas em suas faces.

Esse estilo é bem agradável e combina com o jogo, mas e os monstros?

Sendo o foco da franquia Monster Hunter, os monstros claramente seriam extremamente detalhados, bradando um nível de fidelidade incrível e trazendo-os à vida de maneira que eu considerava impossível em um console com a portabilidade do Switch.

Os monstros das missões de quatro estrelas pra frente são especialmente impressionantes. Todos seus efeitos e animações são feitas para trazer o máximo de realismo à seus movimentos o possível (salvo algumas animações artificialmente aceleradas em ataques).

Além dos modelos de personagens e da vida selvagem de Rise, os ambientes também impressionam. Existem poucos mapas no jogo, mas todos eles possuem muita vida. Desde cachoeiras de lava terminando em rios de água quente, até uma pirâmide enorme inteiramente explorável, os locais de caça são grandes e variados os suficiente para não enjoarem (ao menos inicialmente).

Buddy Hub

É, os visuais do jogo realmente são um de seus pontos fortes e um feito que foi lidado muito bem pela equipe de desenvolvedores, que conseguiu colocar tudo isso em apenas 8GB de download. Mas não adianta ter tudo isso na área gráfica e descuidar na jogabilidade, né?

A jogabilidade

O básico

Ah, aqui é onde você passará todo o seu tempo em Monster Hunter Rise. Já que existem muitos aspectos que envolvem o loop de gameplay do jogo, acho melhor ir em ordem cronológica do que é apresentado ao jogador. No entanto, quero esclarecer que esta é uma análise apenas do modo vilarejo (single-player).

O jogo começa com… tutoriais. Muitos deles, inclusive. A primeira hora inteira de jogo envolve andar pelo vilarejo de Kamura enquanto o jogo te bombardeia com intermináveis paredes de texto entrando em detalhe de cada pequeno aspecto da vila e das suas mecânicas, tudo antes da primeira caça.

E é isso que torna o tutorial de Rise o pior que eu já fiz em qualquer jogo triple-A na vida. Ele entra em muitos detalhes profundos sobre incontáveis aspectos da jogabilidade antes mesmo do jogo sequer deixar você se acostumar com seu combate, fazendo com que seja extremamente fácil de se perder na hora de fazer as primeiras missões por não conseguir acompanhar os constantes tutoriais.

Lava e água

Porque isso atrapalha? O loop de Rise funciona da seguinte maneira: Você entra em uma caça, come dangos (bolinhos doces japoneses) para ganhar buffs e deixar sua barra de energia alta, vai matar o monstro, volta para a vila, reestoca seus itens, junta peças para conseguir comprar ou melhorar equipamentos e repete tudo de novo.

O problema é que o jogo apresenta todos os aspectos de se preparar pra uma caça fora de ordem, e não te mostra diretamente o impacto que cada uma tem no jogo. Não só isso, mas a parte mais crucial da gameplay é aprender como usar sua arma de escolha de maneira correta (existem 14 tipos diferentes), e o tutorial nem toca nesse assunto.

Lembre-se de que você só consegue realmente entrar em uma caça e colocar em prática muito do que é visto no tutorial quase uma hora após começar o jogo; porém, pelo menos a partir daí os tutoriais diminuem gradativamente em sua frequência e obtusidade.

Por comparação, eu resolvi testar Monster Hunter Generations Ultimate para ver se todos os jogos da franquia tinham tutoriais que quebravam o fluxo do jogo nesse nível ou se era um problema único de Rise. Em menos de 10 minutos jogando o Generations, você é capaz de entrar nas missões-tutoriais de caça e aprender de maneira gradativa as mecânicas, assim que elas vão surgindo e se tornando relevantes para a gameplay.

Não esperava ter que falar tanto do tutorial de um jogo, mas acho que é importante tocar nesse assunto já que muitos novatos terão esse jogo como sua primeira experiência da franquia, e esse cansaço pode ser um grande ponto negativo na hora de começar.

As missões

Agora vamos falar das missões. As missões solo são entregues por Hinoa e se encaixam em diversas categorias, mas a que é mais importante para a “campanha” principal são as missões do vilarejo, que são categorizadas por um nível de estrelas.

Inicialmente apenas missões de uma estrela estão disponíveis para serem feitas, e você desbloqueia o próximo nível ao completar um certo número de “missões chave”, que são missões obrigatórias.

Além delas, existem diversas outras opcionais que variam mais em conteúdo. Mesmo assim, de início, até as missões-chave consistem em tarefas mais leves como pegar um certo número de materiais no mapa ou caçar um grande número de monstros pequenos.

Conforme você avança nos níveis de estrela das missões, mais elas começam a se tornar uniformes, consistindo apenas em caçar um ou dois monstros grandes, e nada mais.

Missões em Monster Hunter Rise
As missões de cinco e seis estrelas são basicamente todas de caça (símbolo vermelho), e nada mais.

A movimentação e controles

Já já vou tocar no assunto das caças, mas acho mais importante comentar sobre os controles de personagens antes.

Existem 14 tipos de armas em Monster Hunter Rise, e cada escolha trará uma jogabilidade completamente diferente ao longo da jogatina.

Você começa com uma arma de cada tipo, e pode escolher livremente qual delas irá usar desde o início, o que gera uma liberdade pouco vista em outros jogos, mas que pode levar alguns jogadores a testarem armas extremamente difíceis de serem utilizadas por puro azar e falta de conhecimento, deixando complicado de se acostumarem com alguma específica no início.

Por sorte, minha experiência foi quase inteira com as adagas duplas, que são bem simples de se usar e encaixam perfeitamente no meu estilo preferido de jogo.

Magnamalo
Alguns monstros são tão grandes que você não consegue nem se enxergar

Já que minha experiência com as adagas foi positiva, não irei me aprofundar muito nelas, só irei dizer que elas são uma ótima arma para novatos e possuem um potencial de dano e mobilidade muito altos, além de se beneficiarem muito de dano crítico e uma barra de energia bem alta.

Ah, as barras! O jogo possui três medidores de status principais: os de vida, energia e duração do equipamento.

O de vida é bem autoexplicativo. O de energia diminui apenas ao desviar, correr, ou ao realizar outras ações especiais, e o de duração do equipamento diminui ao atacar com a sua arma de escolha, ou ao ter seu ataque bloqueado por um monstro. A duração pode ser recuperada ao usar uma Whetstone (Pedra de Amolar), um material de uso infinito sempre equipado.

Mas tem uma pegadinha. Quando você passa muito tempo no jogo correndo e atacando por aí, vai ficando com fome. Quanto mais fome você tem, menor ficam suas barras de vida e de energia, e para recuperá-las você deve comer uma variedade de pratos (que podem ser feitos por você mesmo) ou comer dango, um doce japonês colocado em um espeto.

Cada bolinha individual de dango pode ser escolhida, cada uma oferecendo um buff diferente, cada uma com uma chance específica em percentual de ativar este buff.

Monster Hunter Rise dango
Os dangos em Rise são tão detalhados que dão fome…

Sua escolha de dangos pode ser a diferença entre uma caça sem problemas e uma desnecessariamente irritante. Mas eles não são sua única fonte de buffs, já que outra mecânica importante do jogo é a presença de insetos que oferecem vantagens únicas. É sempre útil dar uma volta ou duas pelo mapa em busca de buffs vindos deles antes de ir pra cima dos monstros, também.

Todas essas mecânicas de preparação para o momento mais importante de Monster Hunter, o combate, servem para adicionar um nível de variedade e calmaria que são necessários para não tornarem o jogo imensamente repetitivo.

Mas calma aí, que ainda existem mais coisas que envolvem a jogabilidade e que não fazem parte diretamente do combate, sendo uma delas é uma das partes mais importante de Rise. Estou falando da coleta de materiais.

Em todo mapa existe uma flora diferente, que ocasionalmente vem acompanhada de minérios para serem coletados. Eles servem tanto para criar poções e outros consumíveis importantes para sobreviver quanto para aumentar o nível de seus equipamentos, incluindo sua arma e sua armadura.

Monster Hunter Rise Rathian

Muitas vezes, você pode ter diversas caças a serem feitas em um certo nível, mas ainda pode estar com equipamento desatualizado. Pra isso servem as expedições, onde você pode ir em um mapa sem restrição de tempo ou de objetivos, onde pode coletar materiais e partes de monstros especificamente para conseguir uma melhoria de sua escolha, trazendo um aspecto mais imersivo ao jogo.

Buscar materiais e utilizar o sistema de crafting em Rise é uma das partes mais importantes dele, e toma uma parte considerável do tempo de gameplay. Mesmo assim, isso acabou não me incomodando – mesmo com minha aversão a sistemas desse tipo em outros jogos – já que essa mecânica combina completamente com o mundo do jogo e sua implementação é feita com cuidado.

O sistema de combate

Agora, um dos elementos que mais me incomodou foi o sistema de combate. Existem muitas peculiaridades associadas a ele, e para um componente tão ligado à essência do jogo, ele acaba pesando muito na minha opinião geral sobre a obra.

Monster Hunter Rise combate

As armas corpo-a-corpo possuem dois botões de ataque e um de especial, que podem ser combinados entre si ou com o sistema de Wirebugs, insetos que são usados como opção de mobilidade ou como ferramentas para ajudar no combate. Eles são uma das adições mais significativas de Rise, e os considero uma das mecânicas mais bem implementadas dele.

Então se o problema não está nos novos Wirebugs, onde ele está? Na própria essência do combate.

Para começar, as hitboxes de detecções de ataques no geral são horríveis, e só se seguram por um “fio”, que é o tamanho massivo dos monstros que você acaba enfrentando no decorrer de Rise. Esse problema é perceptível principalmente ao tentar atingir monstros pequenos e ao tentar não acertar as partes resistentes dos monstros maiores.

Partes resistentes? É. Muitos dos monstros mais avançados que podem ser enfrentados possuem partes onde são particularmente resistentes, que quando atingidas por suas armas acabam rebatendo seus ataques e ajudando na perda de durabilidade deles.

Essa mecânica funcionaria bem, mas as já citadas hitboxes tornam os monstros que possuem essas resistências um pesadelo de se enfrentar (pelo menos com as adagas duplas), como por exemplo o Almudron, uma criatura que possui esse tipo de defesa em sua enorme cauda e em suas duas garras – das quais ele usa constantemente para se defender – tornando a luta mais uma briga com essa mecânica do que realmente consistindo de aprender os movimentos do monstro.

Monster Hunter Almudron

Outra seção da jogabilidade que incomoda é o jeito que sua gama de ações possíveis funciona. Basicamente, você tem dois conjuntos de controles: um com as armas embainhadas e outro com elas em mãos.

Ter suas armas em mãos restringe diversas mecânicas do jogo, como correr, usar Wirebugs para mobilidade, usar itens e coletar materiais e insetos. Isso confina várias estratégias que seriam possíveis para jogadores habilidosos em multitarefas em meio ao combate.

Combinando esse fator com a falta da inclusão de ataques a inimigos voadores com armas corpo a corpo (mesmo enquanto você está suspendido no ar) trazem uma sensação de gameplay desagradável.

O combate de Monster Hunter Rise é profundo, mas boa parte de sua profundidade está nos monstros e não vem por parte do jogador, já que essas nuances da jogabilidade limitam a capacidade de jogadores ultrapassarem o teto de habilidade oferecido por conta de ditas restrições, simplificando até demais as oportunidades criativas de lidar com cada confronto.

Essas peculiaridades fazem a percepção do combate lembrar a de jogos de gerações passadas, quando muitas filosofias de design agradáveis ainda eram desconhecidas pelos desenvolvedores.

Isso, por sua vez, provavelmente é justificado pelo saudosismo de uma franquia que existe há muito tempo e que está tentando manter ao menos algumas semelhanças a seus jogos anteriores, algo que deixa o jogo mais acessível a fãs de longa data da série.

Essa situação não é exatamente um problema, já que várias outras franquias longas, como Kingdom Hearts, são feitas com um design que agrada uma base de fãs já estabelecidas faz anos; porém, isso também não tira o fato de que Monster Hunter Rise será jogado por diversas pessoas que ainda não familiares com a saga, já que é um exclusivo de Switch e foi lançado logo após a popularidade de Monster Hunter World, o que o faz passar longe de um bom ponto de entrada para pessoas como eu.

Kingdom Hearts Timeline
A linha do tempo de Kingdom Hearts não é exatamente amigável aos jogadores novatos.

A caça aos monstros

Finalmente, chegamos à parte principal de Monster Hunter Rise: as ditas Caças de Monstro. Existem 61 monstros nesse jogo, e eles vêm em diversas variedades de tamanho, ataques, velocidades e, bem, todo o resto.

A variedade entre as lutas é sutil no início, mas logo começam a ficar mais e mais variadas conforme você avança. O problema é que quase todas as batalhas contra um monstro grande são extremamente demoradas.

Das lutas iniciais até as do fim do jogo, todas são muito maiores que o necessário considerando suas devidas complexidades.

Lutas contra monstros grandes de nível baixo duram cerca de 10 minutos cada, variando um pouco entre si. Monstros pequenos costumam ter uma gama minúscula de ataques, muitas vezes consistindo em apenas quatro ou cinco golpes que são repetidos sem critério por toda a duração da luta.

Monster Hunter Wyvern

Lutas contras monstros grandes e de nível alto duram cerca de 25 minutos, muitas vezes até mais. Eles possuem diversos combos e diferenças de comportamento e ataques, mas mesmo assim as lutas são longas demais para chefes que durariam cinco ou sete minutos em qualquer outro jogo.

O meu ponto com esses exemplos é que não importa o monstro que você enfrenta em Rise, suas batalhas serão excessivamente longas em relação às suas respectivas complexidades. Isso faz com que as lutas contra monstros de níveis baixos sejam inconveniências entediantes e que as contra os de nível alto sejam arruinadas por serem exaustivas e repetitivas demais.

A jogabilidade me desapontou, mas eu saí dessa experiência entendendo o apelo dos jogos ao menos. É bem satisfatório terminar uma missão, mas a gameplay momento a momento chega ao ponto do tédio constantemente.

Primeira área

Vale a pena?

Esta análise toda vem da perspectiva de alguém que não era familiar com a franquia Monster Hunter, e eu disse no início que é bem difícil apostar em algo novo com os altíssimos preços de qualquer jogo do Nintendo Switch para o público brasileiro.

Tendo dito isso, eu não gostei do meu tempo passado com Rise. Aprendi muito sobre os jogos da franquia e tive a oportunidade de conhecer a dinâmica de gameplay e o mundo deles, mas posso dizer o seguinte: tudo foi agradável, com exceção do combate.

Infelizmente, já que o maior foco do jogo é sem dúvida os seus confrontos com monstros (por isso o nome), isso significa que boa parte de minha jogatina foi ruim. Ainda assim, se os pontos que eu fiz no meio do texto não te incomodaram e, em especial, se você possui conhecimento da franquia ou alguém para jogar o multijogador cooperativo, talvez a compra ainda compense.